quinta-feira, março 31, 2005

Essa semana

Essa última semana tem sido corrida. Troca de emprego, servi de OBJETO numa aula da cadeira de fotografia, assisti Menina de Ouro, peguei meu passaporte, encomendei minhas carteiras internacionais de estudante e ALBERGUISTA. E hoje ainda é quinta, tenho ainda que ir à aula, buscar as tais CAREIRAS para dar CARTEIRAÇO, almoçar para DESPEDIR-ME e despedir-me ainda mais à NOITE, quando estarei com JOHNNY “Lucy” BIGU e CARLITO “Delito” MARÓN.

Segura!

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:39:00 PM

TRABAJAR ES ENSAYAR LA MUERTE



Ah, Barcelona! Obrigado por me mostrar o movimento DINERO GRATIS, Lissa Maria.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:07:00 PM

quarta-feira, março 30, 2005

Diálogos com o CARDOSO, por mais PROSAICOS ou PROZACS que sejam, são sempre engraçados (GRIFOS mantidos do original):

EU: ô, meu, quando sai o teu livro afinal?

CARDOSO: cara, tá pra sair entre abril e mayo

EU: então ótimo, aguardarei.

CARDOSO: hehe
estive no Rio agora acertando uns detalhes

EU: ah, foi pra isso a visita. afudê. é que depois do meio do ano tô pensando em viajar o mundo rimando ao lado de um colombiano (heterossexual), não queria partir sem ver mais esse chinelão no poder.

CARDOSO: caralho!
que massa, véio
qual é a idéia?
digo, da tua viagem

EU: é tudo mentira, vou estudar inglês em londres. tentar um certificado de cambridge e de repente descolar uma universidade na suécia. planos não são nada, vamos ver o que acontece. o que é certo é que eu vou - e vou pra tentar ficar o máximo de tempo possível. Se der, até a minha MORTE (daqui há pelo menos meio século).

CARDOSO: caralho
ou seja: terminou com a namorada e tá indo atrás?

EU: pegou o fio da meada.

CARDOSO: hehehe
imaginei

EU: decidi que agora é a melhor hora pra fazer merda. daqui a pouco eu viro proletário e tenho que sustentar a casa e a minha família, aí não poderei mais ir. sempre quis ir pra europa, então é esse ano ou nunca mais. chutei o balde.

CARDOSO: tou ligado
sinto o MESMO às vezes
é um sentimento meio COLETIVO

EU: com certeza, acho que tem um pouco a ver com ORIGENS. Os caras sairam de lá e vieram pra cá a moda LOUCO. Tá na hora de fazermos o mesmo pra provar alguma coisa, seja lá o que for. devemos ser meio ANDORINHAS que precisam ir pra lá e pra cá de vez em quando.

CARDOSO: hahahaahaha
pode crer

EU: antes tinham os perigos da viagem, mais da metade dos neguinhos se davam muito mal. Hoje temos a imigração que complica tudo. No fundo dá na mesma, só que o nosso maior risco é ser mandado de volta, enquanto o deles era virar WHYSKAS de tubarão.

CARDOSO: bom, isso é
e o nosso pode ser ter de amargar algumas horas em uma PRISÃO TURCA

EU: ah, tráfico é foda.

CARDOSO: hahaha
nem era DISSO que eu tava falando

EU: do que diabos então?

CARDOSO: sei lá
de ficar PRESO
por qualquer merda
tenho um medo fudido de ficar preso
inda mais no ESTRANGEIRO

EU: nah, só se tu cometer DELITOS. Qualquer outra coisa (como ficar ilegal) eles te colocam no PRIMEIRO avião de volta pra casa, nada demais. o principal problema é que tu n pode voltar lá por um boooom tempo. na real mesmo eu tenho medo de ser preso no BRASIL.

CARDOSO: hehehehehehe
isso é verdade
mas esse lance de ser BANIDO dum país também me incomoda sobremaneira

EU: com certeza, altamente ruim. aliás, se não me engano tu é banido por uns 3 anos da UNIÃO EUROPÉIA (que é praticamente tudo que interessa na Europa, fora talvez a LITUÂNIA, ESTÔNIA e outros derivados). depois dos 3 anos tu ainda tem que meter um processo de alguma coisa pra tentar voltar lá - certo que tá fodido. mas eu quero fazer tudo certinho, tudo legal.

CARDOSO: sim, nao tem porque fazer na ILEGALIDADE

EU: tudo na paz. mas de primeira vou tentar ficar pelo menos dois aninhos. espero que dê tudo certo.

CARDOSO: que massa, véio

EU: se tudo der errado, ainda vou fazer meu próprio roteiro da nova novela das oito: EUROPIAS.

CARDOSO: HAHAHAHAHHAHAHAHAH
pode crer
uma viagem dessas ate quando dá ERRADO dá certo

EU: ahauhauahauaua, for sure.
tipo pizza
e sexo.
.
.
.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 4:34:00 PM

segunda-feira, março 28, 2005

Real

Porra, se há muito tempo não somos monarquistas, por que diabos a nossa moeda foi denominada há 10 anos como REAL? Fala sério.

COROA faz sentido na Escandinávia porque há monarquia. Mas no Brasil?

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 6:11:00 PM

Vida nova

Segunda começo em outra agência. Vamos ver como me saio.

Ainda não é o suficiente pra me fazer desistir ou protelar A Viagem, mas pode ser um começo, porque o cara que eu tô substituindo foi empregado exatamente na grande agência que eu sempre quis trabalhar.

Seria irônico pra caralho JEOVÁ, BUDA, AZAMBUJA e GENÉSIO me fazerem escolher entre estes dois sonhos: A Viagem e A Agência.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 5:50:00 PM

A idéia não vai mal, se os ARGENTINOS conseguem, por que nós não?

Mobilização Nacional!
Faça vc tb a sua parte como cidadão brasileiro. Ajude a combater a corrupção (hoje mais explícita do que nunca) que tomou conta do Congresso Nacional...




Divulguem

seremos de início dez, depois cem, após mil, um milhão.....

vista algo de cor preta...pendure algo desta cor na janela de sua casa...a gente consegue...a gente consegue....







NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA

TODOS DE LUTO

CONTRA A VERGONHA!









COLABOREM!-DIA 29/03/2005 - LUTO NACIONAL










CAMPANHA CONTRA A FARRA NA CÂMARA -

DIVULGUEM PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS.

Sabemos que sair às ruas é complicado devido a compromissos diários, então estamos propondo que no dia 29/03/2005, TERÇA-FEIRA todos ao saírem de casa vistam camisas/blusas pretas, e se você não tem, amarre um lenço/pano preto no braço ou em qualquer lugar do corpo.
MELHOR AINDA:
Pendure um pano preto na sua janela em sinal de luto pela morte da dignidade dos políticos.


Isto vai ser um sinal de repudio a palhaçada que virou a política
brasileira.

DEMONSTRE sua indignação em todos os Estados e cidades brasileiras!
Não tenha vergonha de participar!
Devemos ter vergonha de assistir a bandalheira de boca fechada e mãos atadas como um povo ignorante que não sabe como protestar!

Envie este texto ao maior número de pessoas.

A IDÉIA É FAZER ESTA MENSAGEM CHEGAR A MILHÕES DE PESSOAS



O novo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, (uma anta que chegou a deputado por causa da incompetência do eleitor brasileiro e a Presidente da Câmara por causa da incompetência do governo) disse que nós Brasileiros não nos importamos que o salário deles aumente de R$ 12.000,00 para + ou -R$ 22.000,00.


Como é possível em um país onde milhares de pessoas passam fome, deputados receberem aumentos absurdos como este que propõe o grande amigo do povo Severino Cavalcanti.


Gente, o Brasil é um país viável, não temos terremotos, furações etc. o que precisamos é acabar com a corrupção que faz com que o povo viva oprimido com uma péssima distribuição de renda.


Precisamos de gente que queira melhorar o país, e não de quem só pensa em si.


O governador de Minas Gerais que disse ter saneado as dívidas do estado disse que se o aumento fosse aceito, Minas que pôs suas contas em dia não mais conseguiria pagar em dia porque o efeito cascata afetaria vários servidores do Estado.
Quer saber como é a farra no Congresso Nacional?Então vá somando:
Salário: R$ 12.000,00
Auxílio-Moradia: R$ 3.000,00
Verba para despesas com combustível: R$ 15.000,00
Verba para assessores: R$ 3.800,00
Para trabalhar no recesso: R$ 25.400,00
Verba de gabinete mensal: R$ 44.000,00
e tem mais...
- Direito a transporte aéreo: 04 passagens de ida e volta a Brasília/mês;
- Direito de contratar até 20 servidores para cada gabinete;
- Direito ao recebimento de 13º e 14º salários, no fim e no início de
cada ano legislativo;
- Direito a 90 dias de férias anuais;
- Direito a folga remunerada de 30 dias;

ISSO TUDO É PARA CADA UM DOS 514 DEPUTADOS !!!!

DINHEIRO QUE SAI DOS COFRES PÚBLICOS, DO SEU BOLSO, CIDADÃO !!!

SE ESTA MENSAGEM CHEGAR A 110 MILHÕES DE ELEITORES, EU DUVIDO QUE A COISA NÃO MUDE!

Este é um dos caminhos possíveis para mudar o país.

Vamos dar um basta e reagir como gente grande dizendo um grande

NÃO!



Não se esqueça: TERÇA, DIA 29, BLUSA PRETA E PANO PRETO NA JANELA

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:20:00 PM

Páscoa

Graças à exposição desordenada às intempéries do sábado anterior ao PASQUOSO domingal, passei o dia com dor de garganta e febre. O pior de tudo é que era a festa de aniversário da minha irmã de 10 anos, o que me fez perder toda a parte DOCE e SALGADA do tradicional paladar festivo.

Me dei mal. (Dei-me mal, segundo o Word).

Mas por outro lado me dei bem. Provavelmente constrangida com a quantidade de chocolate que havia ganhado em relação ao meu minguado número de ovos, que sequer chegou ao número dois, minha irmã ofereceu-me incompreensível barganha:

Enquanto ela ficava com os BRINQUEDOS que vinham nos ovos, eu poderia ficar com todo o CHOCOLATE.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:09:00 AM

sábado, março 26, 2005

Tim Maia Racional vol. 2

Variação sobre o mesmo tema ad infinitum.

Saca aquelas MANCHAS na cara do velho MAIA? Pois o CRIADOR e OUVIDOR do SUPREMO RACIONAL, na foto oficial, também as tem. Coincidência, uh, DAN BROWN?

Carlinhos BROWN, James BROWN, Charlie BROWN e Carlito MARÓN, TODOS servos de alguma seita BAVARIOSA dos ILUMINATIS. Da-lhe DAVINCIANISMO atraindo todo CRISTÃO para o caminho do BEM.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:22:00 PM

Tim Maia Racional Vol. 1

Não conhecia os nomes, mas pelo menos metade das músicas já tinha ouvido. Disco “ok”, nenhum motivo pra PIRANGUEAR a CABEÇORRA. Enche o saco a repetição de mensagens e todo esse CÓDIGO DAVINCISMO do Universo em Desencanto - que na real é um livro que também fala do Graal como a linhagem de Jesus e não de um cálice onde a galera das antigas ficava HI no sentido mais ESPIRITUAL do Lucy in the Sky with Diamonds. Ou tu acha mesmo que um livro creditado ao RACIONAL SUPERIOR não seja fruto do LUCIANISMO NO CÉU COM DIAMANTES?

E o que são às CAPELAS e frases publicitárias no meio das músicas? Muitas drogas.

Tô certo que o velho MAIA escondeu altas mensagens CIFRADAS, depois foi ameaçado de morte pelo ANTICRISTO e decidiu queimar os discos pra não correr mais risco. Mas vira e mexe o CAPETA ligava pro TIM de um celular TIM, chamando-o de RACIONAL, e advertia que ele não devia fazer o show daquela noite, sobre pena de tornar-se um HARE KRISHNA. Isso acontecia com certa freqüência e explica porque ele faltava boa parte dos shows agendados. Diz a lenda que faltou até o casamento do ROBERTO CARLOS, mesmo sendo escalado para cantar do lado do MANO BROWN, outro RACIONAL de peso.

Não me espantaria nada saber que DAN BROWN (coincidência, você ACHA?), além de ser PRIMO do líder dos RACIONAIS, também era fã de TIM MAIA.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 1:19:00 PM

Tim Lopes, Racionais MCs e por aí vai a GUASCA

Depois de todo o FUZZ ABOUT "Tim Maia Racional" que me envolveu nos últimos dias, passando por opiniões em blogs, reuniões de família, mesas de bar, vendedores de cd pirata e toda a CORJA dos infernos que discutia amavelmente (às vezes não tão) qual era a do SÍNDICO com o seu RELIGIOSO disco que inspira FIÉIS do Brasil inteiro, decidi deixar a ignorância que me fazia IGNORAR o volumoso volume 1 e 2 da obra.

Baixei. Conheço umas 2 músicas. Agora é ESCUTAR e VER no que vai dar.

Mas antes vou acabar de escutar o Sgt Peppers.

--

EM TEMPO: a trilha do Kill Bill, salvo uma ou outra coisa, é uma verdadeira agressão ao ouvido.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:44:00 AM

Feriado

É esquisitão estar AVULSO no mundo e não fazer nada. Mas eu sou assim, um dia tô a fim de botar o mundo abaixo, no outro quero escrever um poema ou uma história que bem poderia ser um livro, no outro ainda quero só ficar escutando a trilha sonora do Kill Bill ou do Pulp Fiction ou da Amélie Poulain. O fato é que eu queria ter ido pra casa da praia do DIOGO ou pra festa de formatura do MAURÍCCIO, mas aí rolou todo um EMPEDIMENTO monetário que me fizeram receber o CARTÃO VERMELHO e ir direto pra LORENZETTI sem marcar um único gol.

Agora é 1h45min e eu não tenho sono e não tenho o que fazer. Escuto a trilha sonora de um filme. Amanhã vou procurar algum lugar ali no centro que tire foto de passaporte, estranhas 5x7 com plaquinha JAILHOUSE ROCK STYLE escrito a data. Não posso ficar rateando, tenho um milhão de coisas pra BUROCRATIZAR minha viagem. Tenho que agilizar o lance.

Na verdade eu preciso arranjar uns amigos que desfrutem do FIM DE SEMANA aqui em Porto Alegre. A maioria viaja para os CONFINS, onde jaz sua família, namorada, amante ou IDENTIDADE SECRETA. Já os que ficam não tão acostumadas a passar o findi comigo e não me ligam. Hm, estaria eu sendo jogado para escanteio?

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 1:24:00 AM

sexta-feira, março 25, 2005

Movie Star da Suecia

Alla bara försvinner - um documentário sobre as 24h do primeiro dia de férias do resto da vida de 5 suecos que terminaram o 2o grau.

Veja só, você.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:02:00 PM

Plano de ação para um brasileiro

Um modo super simples de conseguir morar na Europa:

1 - promovo uma guerrilha armada para separar o sul do Brasil, criando a República Che Guevara dos Pampas;
2 - pedir asilo.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 4:55:00 PM

quinta-feira, março 24, 2005

Hippismos e hipismos

CAVALGO diariamente no meu carro entre CANNES e PORTO ALEGRE. Cerca de uma hora e meia por dia de trânsito, ENBOTTLEMENT e buzinaria desenfreada. Eu até tenho sido mais calmo no carro. Procuro manter os 80km/h, procuro não buzinar, procuro deixar as pessoas passarem na minha frente (se derem pisca, porque se tentar me cortar eu BATO mas não BRECO), procuro ser um cara gentil e procuro cantar no carro, mas às vezes eu me PERCO e não acho nada disso.

Ao contrário do que deveria ser para um recém alforriado cidadão, tenho ficado cada vez mais desleixado com o que os outros acham - e isso inclui as outras. Tenho me vestido com roupas velhas, não faço a barba, não ponho mais gel no cabelo. Apenas acordo, tomo café (que não é café) e escovo os dentes. O resto é acessório e ultimamente eu só tenho tido tempo pra pensar em coisas e pessoas do outro lado do Atlântico e em outro hemisfério. Meu cérebro tem funcionado com um fuso-horário diferente. Meu corpo está aqui, minha mente em Londres, meu coração em Estocolmo. Ninguém funciona 100% assim. Tenho um monte de troços pra resolver, passaporte, foto, agência, portfolio, vixe, vai ser o ouro.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:22:00 AM

Luis Fernando Verissimo, coluna de hoje na Zero Hora

Mais uma dele:

Presque

A internet é uma maravilha, a internet é um horror. Não sei como a humanidade pôde viver tanto tempo sem o e-mail e o Google, não sei o que será da nossa privacidade e da nossa sanidade quando só soubermos conviver nesse cyberuniverso assustador. O mais admirável da internet é que tudo posto nos seus circuitos acaba tendo o mesmo valor, seja receita de bolo ou ensaio filosófico, já que o meio e o acesso ao meio são absolutamente iguais. O mais terrível é que tudo acaba tendo a mesma neutralidade moral, seja pregação inspiradora ou pregação racista - ou receita de bomba -, já que a linguagem técnica é a mesma e a promiscuidade das mensagens é incontrolável. Não temos nem escolha entre o admirável e o terrível, pois acima de qualquer outra coisa a internet, hoje, é inevitável.

Uma das incomodações menores da internet, além das repetidas manifestações que recebo de uma inquietante preocupação, em algum lugar, com o tamanho do meu pênis, é o texto com autor falso, ou o falso texto de autor verdadeiro. Ainda não entendi o recato ou a estranha lógica de quem inventa um texto e põe na internet com o nome de outro, mas o fato é que os ares estão cheios de atribuições mentirosas ou duvidosas. Já li vários textos com assinaturas improváveis na internet, inclusive vários meus que nunca assinei, ou assinaria. Um, que circulou bastante, comparava duplas sertanejas com drogas e aconselhava o leitor a evitar qualquer cantor saído de Goiânia, o que me valeu muita correspondência indignada. Outro era sobre uma dor de barriga desastrosa, que muitos acharam nojento ou, pior, sensacional. O incômodo, além dos eventuais xingamentos, é só a obrigação de saber o que responder em casos como o da senhora que declarou que odiava tudo que eu escrevia até ler, na internet, um texto meu que adorara, e que, claro, não era meu. Agradeci, modestamente. Admiradora nova a gente não rejeita, mesmo quando não merece.

O texto que encantara a senhora se chamava "Quase" e é, mesmo, muito bom. Tenho sido elogiadíssimo pelo "Quase". Pessoas me agradecem por ter escrito o "Quase". Algumas dizem que o "Quase" mudou suas vidas. Uma turma de formandos me convidou para ser seu patrono e na última página do caro catálogo da formatura, como uma homenagem a mim, lá estava, inteiro, o "Quase". Não tive coragem de desiludir a garotada. Na internet, tudo se torna verdade até prova em contrário, e como na internet a prova em contrário é impossível, fazer o quê?

Eu gostaria de encontrar o verdadeiro autor do "Quase" para agradecer a glória emprestada e para lhe dar um recado. No Salão do Livro de Paris, na semana passada, ganhei da autora um volume de textos e versos brasileiros muito bem traduzidos para o francês, com uma surpresa: eu estava entre Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e outros escolhidos, adivinha com que texto. Em francês ficou "Presque".

-- -- --

Agora segue o tal texto de um autor desconhecido e atribuído ao velho Fernando Veríssimo:

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

-- -- --

Realmente nada a ver com o estilo dele. Será que é verdade o lance da homenagem no livro lá na França?

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:27:00 AM

quarta-feira, março 23, 2005

Crise de abstinência

Oh my FUCKING god!

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 4:20:00 PM

Nome MAFIOSO

E segundo esse site, meu nome mafioso é:

Knobby Fabrizio Romano

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:41:00 PM

Outro nome PIRATA

Segundo esse site, agora eu me chamo:

Cap'n Bryan Bluebeard

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 12:16:00 PM

Melhor parágrafo EVER

(...)
"If you wonder what im doing, im eating and eating, they eat a lot in Bolivia, and the family is really big, so its many people to eat with... "
(...)

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:00:00 AM

terça-feira, março 22, 2005

A filha do general

Um amigo meu teve o pai promovido a GENERAL hoje. Afudê, heim? Não sou very found na hierarquia MILITANTE, mas parece que acima do general só o COMANDANTE, tô certo? Se não, não me importa, ele estava feliz e foi beber pra comemorar - mesmo tendo um ALGO AGUDO no FIGO (ou seria no RIM?).

Parabéns, GENERAL GEROMEL!

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:23:00 PM

Tudo é relativo, tudo depende, tudo tem a ver com o ponto de vista para se chegar em um entendimento verdadeiro do corazón

ADEUS VOCÊ (Marcelo Camelo)

Adeus Você
Eu hoje vou pro lado de lá
Estou levando tudo de mim
Que é pra não ter razão pra chorar
Vê se te alimenta e não pensa que eu fui
Por não te amar


Cuida do teu
Pra que ninguém te jogue no chão
Procure dividir-se em alguém
Procure-me em qualquer confusão

Levanta e te sustenta e não pensa que eu fui
Por não te
Amar

Quero ver você maior meu bem
Pra que minha vida siga adiante

Adeus você
Não venha mais me negacear
Seu choro não me faz desistir
Seu riso não me faz reclinar
Acalma esta tormenta e se aguenta
Que eu vou pro meu lugar
É bom as vezes se perder
Sem ter por que, sem Ter razão
É um dom saber envaidecer, por si
Saber mudar de
Tom,

Quero não saber de cor também
Pra que minha vida siga adiante

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:05:00 AM

segunda-feira, março 21, 2005

Meu nome PIRATA

My pirate name is:


Red Roger Vane


Passion is a big part of your life, which makes sense for a pirate. You tend to blend into the background occaisionally, but that's okay, because it's much easier to sneak up on people and disembowel them that way. Arr!

Get your own pirate name from fidius.org.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:44:00 PM

Troveja em Porto Alegre, como estará Estocolmo?

Trovões desenham o horizonte aqui do 5o andar da agência. Uma tempestade elétrica ocorre ali. Não ouço o barulho dos raios, devem estar longe ainda. Estou meio que trabalhando e meio que esperando chover pra ir correndo até o carro e me molhar. Tem algo a ver com a emoção que preciso sentir. Adrenalina. Posso cair, escorregar, quebrar alguma coisa e até morrer. Ser atingido por um raio. Ou posso vencer este turno contra a natureza e chegar intacto em casa. Mesmo sabendo que no round final ninguém vence mesmo.

Hoje tem show da Gilez, mas não irei - ao menos é o que eu penso agora. Não por que parece que vai chover, mas porque não tô a fim. A banda é boa, o lugar é bacana, os amigos estarão lá. Mas parece que daqui não sei mais como aproveitar. Tudo que eu vejo e sinto está além do Atlântico, do outro lado deste puta mar.

Ler Fröding enquanto se come marzipã. Ouvir uma língua estranha, talvez não mais tão esquisita, a pedir “kram” por causa do frio e “kyss” por causa do calor. Quem sabe virar vegetariano? Ou talvez convencer alguém a voltar a ser onívoro? Dizer "god dag, pojkvän" logo depois de "god natt, söt svensk".

Não sei se vai ser assim ou se é que vai ser de alguma forma. Isso me preocupa, me aterroriza na verdade. Como será de verdade, depois dessa euforia teórica? Como será a realidade? Como será o subemprego (if any)? O mau humor? A neve? A saudade? A solidão? A xenofobia? Como será o acerto? O novo amigo? A cultura? A arquitetura? A vitória? A rainha? Ou melhor, quem será a rainha? A minha? Teria ela olhos levemente puxados e cabelo negro? Falaria que língua? Ou melhor quantas línguas? Cederia à apenas minha língua? Teria um nome impronunciável? Ou seria prosaico, como Linda ou Sofia? Ou Linda Sofia? Ou Sofia Linda? Ou não, nada disso? Chamaria-se Saudade da Silva? Que sotaque me informaria estarmos grávidos?

Voltarei? Será que consigo entrar? Deixe-me ficar!

Incertezas, dúvidas, perguntas. Às vezes eu acho que sou um covarde. Às vezes tenho certeza. Mas diante de tal resolução, ainda que seja cedo pra dizer, acho que sou um corajoso - ao menos para certas coisas. Talvez a única que realmente importe: fazer a vida acontecer e, não importa o que esteja em jogo, jogar para vencer.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 6:42:00 PM

Sem dúvida a melhor coluna do Luís Fernando Veríssimo esse ano

Competência

Não se constrói a sociedade mais desigual do planeta sem alguma competência. Sempre se culpou o persistente arcaísmo social e político brasileiro, à prova de qualquer boa intenção de mudança, numa falha endêmica, quando não numa danação inexorcizável. "Brasileiro é assim mesmo" tem sido nossa explicação há séculos, o reincidente adágio do nosso desânimo. Ou o Brasil não vai pra frente porque brasileiro é, que remédio, assim mesmo, ou tem sapo enterrado em algum lugar. Algum pajé vingativo deve ter dito, em algum momento do nosso passado: "Está bem, fiquem com este troço - e se arrependam!" Mas as teses do defeito genético e da danação antiga são injustas porque não levam em conta um propósito e uma estratégia - ou seja, uma inteligência - por trás dessa nossa irresolução eterna. Nosso patriciado não resistiu com seus privilégios intactos a tanta pseudo-história que não mudava nada sem desenvolver uma tática de sobrevivência - que consiste justamente em só permitir as mudanças que não mudam. Isso que está aí é o resultado de uma sabedoria acumulada em anos de dissimulação e desconversa, não da fatalidade ou de praga.

A ascensão do PT e a eleição do Lula servem como case history, em português publicitário, dessa sabedoria aplicada. Sociólogos do futuro se admirarão com a competência com que o primeiro assalto pensado, bem organizado e aparentemente irresistível a privilégios intocados na nossa pseudo-história foi deglutido e neutralizado pelo patriciado, e dois anos de governo do supostamente novo acabaram com os banqueiros mais contentes do que nunca e com o Severino Cavalcanti, o arcaísmo com nome e sobrenome, "o brasileiro é assim mesmo" em pessoa, na presidência da Câmara. Severino é a auto-imagem do brasileiro que interessa à reação. Um símbolo de que não adianta mesmo, gente, nunca seremos diferentes.

Foi uma infeliz coincidência de inabilidade política, vaidades em fúria e azar que deu no Severino, mas foi acima de tudo um lance da velha competência conservadora em ação. Continuando com o modelo econômico do governo anterior, o governo petista aceitou a moral monetarista acima de qualquer outra; enredando-se em seus malsucedidos exercícios de esperteza política e barganha parlamentar, acabou refém do amoralismo. Há quem diga que a direita brasileira só é inteligente em contraste com a burrice da esquerda. Acho um julgamento pouco caridoso - para a direita. Não se mantém um país deste tamanho do tamanhinho que se quer sem alguma espécie de gênio.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:56:00 PM

sábado, março 19, 2005

Svensk Universitet

Acabo de descobrir que na Suécia, fora exceções excepcionalmente excepcionais, toda faculdade é GRÁTIS tanto para os suecos quanto para estrangeiros.

OH - MY - GOD.

Um país que funciona, isso é surpreendente para nós AFRICANOS da AMÉRICA. A parte ruim disso é que todos os cursos são full-time, o que te faz ter que trabalhar durante apenas meio turno (o que é mais complicado). Bom, fora o custo de vida from hell, a dificuldade de trabalho, a xenofobia nórdica e o rigoroso inverno, a Suécia me parece um ÓTIMO destino para mim.

Alguns cursos são até em inglês, além disso, muitas instituições oferecem cursos intensivos de sueco (língua necessária até para lavar pratos no país do Rei Gustaf).

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 4:26:00 PM

sexta-feira, março 18, 2005

D´alma

Sabendo das PELEIAS e demais QUIZILAS que assombram meu viver, o RIVO mandou-me um e-mail bem bacana, supostamente atribuído a Drummond (ainda que eu ache muito difícil ele ter escrito com tantas reticências e sobre COMPUTADORES).

Ei-lo:

FAXINA NA ALMA
(Carlos Drummond Andrade)


Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora...

Pois é... Agora é hora de reiniciar... De pensar na luz...
De encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Um corte de cabelo arrojado... diferente?
Um novo curso... Ou aquele velho desejo de aprender pintar...
Desenhar... Dominar o computador... Ou qualquer outra coisa...

Olha quanto desafio... Quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? Besteira...
Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza... Nem nós mesmos nos suportamos... Ficamos horríveis...
O mau humor vai comendo nosso fígado... Até a boca fica amarga.

Recomeçar... hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar? Sonhe alto... Queira o melhor do melhor... Queira
coisas boas para a vida...
Pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
Se pensamos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo
melhor... O melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental... Jogue fora tudo que te prende ao
passado... Ao mundinho de coisas tristes...
Fotos... Peças de roupa, papel de bala... Ingressos de cinema... Bilhetes de
viagens... E toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...

Jogue tudo fora...
Mas principalmente... Esvazie seu coração...
Fique pronto para a vida... Para um novo amor...

Lembre-se de que somos apaixonáveis...
Somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
Afinal de contas... Nós somos o "Amor"...

Porque somos do tamanho daquilo que vemos,
e não do tamanho da nossa altura.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 6:06:00 PM

Por que agora?

Porque se mandar do Brasil agora é a minha única oportunidade. Por? Simples, eu tenho 23 anos, não estou bem no emprego, se eu esperar mais, eu posso me dar (na medida AFRICANA do Brasil) bem em um emprego e virar proletário de vez. Arranjar mulher, sustentar um ap, ter filhos, enfim, não ter mais a possibilidade de viajar. Agora é a hora. Já é a oportunidade. Nem antes e nem depois. Agora.

Se nada mais der certo, eu volto. Tenho minha família aqui pra me apoiar. Quem sabe recomeçar a faculdade. Talvez mudar de faculdade. Whatever. Esse ano é o ano, nem antes e nem depois. Tudo se desenha pra isso, e eu, de forma ALGUMA, vou perder essa oportunidade. Pois se eu perder, me tornarei um velho muito amargo, sonhando e escrevendo sobre o que eu poderia ter feito. Quando eu quero na verdade sonhar e escrever sobre o que eu fiz.

Eu quero dizer "eu vim, vi e venci". O resto é ALEGORIAS, como diz o FLAVITO.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 4:29:00 PM

"Things we said today" - Beatles

A pior coisa é tu fazer planos, estar contente e vai lá alguém e te dá uma rasteira, não te apoia e te condena. Nos dias de hoje é pecado pensar na própria felicidade. Por isso que não dá pra ser feliz assim. Em vez de ficar contente pela realização de um sonho, fica triste por uma posse que não existe.

A escravatura foi abolida, cada pessoa é única. Eu fiquei feliz quando tu foi pra Escala, porque tu venceu na vida. Ao menos finja estar feliz por eu estar realizando um sonho meu, porra!

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:44:00 PM

Vou-me Embora pra Pasárgada - e Manuel Bandeira é o cara

Manuel Bandeira


Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei



Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive



E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada



Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar



E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:39:00 PM

Dando uma de MANUEL BANDEIRA

O mais improvável foi a concordância incondicional dos GENITORES, tendo em vista o cagaço que a ÁFRICA oferece e as condições AFRICANAS a que estamos submetidos no Brasil-sil-sil. Vão me ajudar nessa IDA, talvez sem VOLTA, ao velho novo mundo. Isso eu REALMENTE não esperava.

Agora ninguém me segura. Não vai ser agora, agora, agora, mas esse ano eu me VOU embora pra PASÁRGADA, porque lá sou amigo do REI, lá tenho a mulher que eu QUERO, na cama que ESCOLHEREI. Vou me embora pra PASÁRGADA, porque aqui não sou FELIZ. Vou me embora pra PASÁRGADA, porque lá a vida é uma AVENTURA. E como andarei de BICICLETA, farei GINÁSTICA, montarei em BURRO BRABO (mas não subirei PAU-DE-SEBO, porque aí já é BIXISSE demais). E PASÁRGADA tem TUDO, é outra CIVILIZAÇÃO. E quando eu estiver TRISTE, mas triste de não ter jeito, quando de noite me der vontade de me MATAR, eu vou lembrar:

Em PASÁRGADA sou amigo do REI.

Portanto, terei a mulher que eu quero, na cama que escolherei.

Vou me embora pra PASÁRGADA. E vai ser esse ano, my friend, min flicka i ögat, min marzipan.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 12:01:00 PM

quinta-feira, março 17, 2005

“Syntan naftalênico macromolecular” ou “Arrisque mais. Viva mais. E não tome tanta Pepsi assim”.

Numas de “estou muito a fim de viajar”, to até pensando em encarar o MEDONHAITE programa de voluntariado na ÁFRICA do IICD. Consiste em ficar um meio ano nos STATES-GRINGOLAND-OF-AMERICA aprendendo a ser voluntário, mais ou menos um ano na ÁFRICA ajudando a galera e desviando-se de LEÕES e GUERRAS CIVIS e MALÁRIA e AIDS. Depois mais dois meses de extensão ensinando pros outros o que tu viu e fez na DINAMARCA ou no CARIBE - a tua escolha. Uns dois anos de peleia from hell pra ficar dois meses num país ESCANDINAVO? Tô very IN, bro.

Parece divertido, heim? Na real não sei, mas o meu AFÃ de mochilar around the world como se não houvesse amanhã tem me impelido certas idéias que eu, até uma semana atrás, consideraria estapafúrdias e malucas (o que de fato SÃO, mas não importa muito, já que só temos 23 anos 365 dias na vida). Na real não é bem 365, é um pouco mais, porque tem as vírgulas e essa coisa toda, mas também é um pouco menos, porque já se passaram alguns bons dias do meu aniversário.

INTERESSAITE? Vai na página dos voluntários malucos: www.iicd-volunteer.org

Ok, é a ÁFRICA, mas é um modo BARATO de viajar. O outro modo é se tornar MARINHEIRO, mas esse não sei se vai rolar, apesar da minha possível descendência PIRATA.

O outro modo é assustar a minha família com essa conversa de ÁFRICA e ser DEFENESTRADO diretamente pra Europa com alguma poupança familiar secreta que, se não existe, DEVERIA haver, afinal, nunca se sabe quando se vai ser SEQÜESTRADO.

Mucho crazy, MUCHACHOS? A little. Mas eu ao menos faria algo útil pela minha vida e pela a vida dos outros.

E teria histórias pra contar. Mesmo que algumas fossem mentiras, quem não acreditaria no que um cara que foi ser voluntário na ÁFRICA disse? É até PECADO.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:56:00 PM

quarta-feira, março 16, 2005

Letras, letrados e rimas

Tu sabe que um letrista é realmente bom quando, dependendo do teu estado de espírito, qualquer música que tu escute faz algum sentido - até então dormente e oculto. Nesta categoria, Legião é our concour, ainda que faça um zilhão de anos que não os escute, e Smiths e Los Hermanos tão bem na cola.

SHEILA TAKE A BOW - The Smiths

Is it wrong to want to live on your own ?
No, it's not wrong - but I must know
How can someone so young
Sing words so sad ?

.
.
.
Is it wrong not to always be glad ?
No, it's not wrong - but I must add
How can someone so young
Sing words so sad ?


-

Tá a fim de saber o que eu tenho ouvido? Nestes tempos de Big Brother, Casa dos GORDOS não-Artistas (!?!?!?!), Namoro na TV, Extreme Makeover e ARQUIVO X parece que todo mundo quer. Pelo sim ou pelo não, esse sitezinho revela o que eu escuto diariamente no SELVIÇO (muitas coisas que não são detectadas pelo player são computadas como "artista desconhecido", como é o caso dos meus cds do Los Hermanos). Have fun.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 5:30:00 PM

Funcionário

Depois da febre do ORKUT, agora é a vez dos FUNCIONÁRIOS não poderem mais utilizar-se da comunicação instantânea por internet (MSN, ICQ e ASSEMELHADOS) aqui na agência.

Profissional eu tou y criativo também y a vontade y ganhando bem.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:16:00 PM

Pago bem

Alguém tem (ou sabe onde encontrar) algum livro do poeta Gustaf Fröding? Pode ser em português ou inglês.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 10:43:00 AM

terça-feira, março 15, 2005

Hoje

Acabo de fazer uma coisa que talvez eu possa me arrepender para o resto de toda a minha vida.

Eu rezo por uma luz, mas não rezo nem por uma coisa nem por outra ou outra, rezo apenas para que aconteça o que tem que acontecer e que ambos, seja lá como for isso, sejam muito muito muito felizes.

Reza para isso também.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:46:00 PM

Brazil

Eu odeio o Brasil. Eu quero sair daqui. Quero estar em um país de primeiro mundo. Quero o velho continente.

SKIT!

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:28:00 PM

segunda-feira, março 14, 2005

Que viagem!

Cinco horas o celular tocou
Atendi sem acordar
Não disse “alou”
Mas “How do we are?"

Perguntei embora soubesse
Chegara a hora
De ir embora.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 5:00:00 AM

sábado, março 12, 2005

Visionário é um maluco aceito na sociedade como sábio

E então há cerca de 6 meses eu fecho os olhos e, às vezes, veja a mesma cena. Como na maioria dos sonhos, ao menos os MEUS, eu me vejo através dos olhos de alguém. Estou vestindo uma roupa para inverno e está frio pra caralho, eu posso sentir no meu corpo. Então, como se meus cabelos fossem LISOS, o que não são, eles começam a se movimentar com o vento. Mas não é um vento qualquer, é um vento forte pra caralho. Aí eu percebo que na verdade é um FURACÃO DOS INFERNOS, que está levando tudo a minha volta - porém, curiosamente, eu não sou levado. A única coisa que acontece é eu ali parado, com os cabelos tão altos como se fizesse parte do DRAGON BALL Z.

Aí a CÂMERA, enquanto rola um TRAVELLING circular esperto em volta de mim, dá um PAN pra direita e vai descendo, porém mirando pra cima, o que me faz parecer um gigante visto de baixo por uma formiga. Aí eu percebo que o furacão SOU EU ou ao menos parte de mim. Aí, com a visão de baixo, dá pra ver o céu e o furacão propriamente dito, o céu fica escuro de repente e começam os raios.

Isso tudo são apenas alguns poucos microssegundos. Só que agora faz uma semana que comecei a sonhar DORMINDO com isso também.

Não faço idéia do que seja, mas eu pareço confuso, com o coração carregado e até um pouco bravo.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 7:13:00 PM

Dos motivos para nunca, nunca, colocar suas fotos na internet

http://pazeme.lv/hilarious/

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 7:03:00 PM

quinta-feira, março 10, 2005

“Monarquias constitucionais, old thug e parangaricotirimirruaro” ou “Recompensa e Crime e Castigo” ou “se derrubar é penalti, mas se beijar é falta”

HERBERTS GONZALES encontrou HECTOR BABENCO num boteco. Mas não era um boteco no sentido tosco da palavra, porque eles se encontravam na Padre Chagas e lá não tem boteco. Era um troço muito louco e moderninho, como tudo freqüentado pelos MUDERNOS. O “boteco” era uma mistura de sushi bar com danceteria, gelateria e STROGONOFFARIA, tudo reunido em 2 andares muito bem divididos: os COMES eram na parte de baixo e os DANCES eram na parte de cima. Isso tudo fazia sentido, tu já tentou servir um STROGONOFF DE SUSHI CONGELADO enquanto as pessoas a tua volta se sacodem ao som de PSYCO?

Sentados na mesma mesa, HECTOR BABENCO explicitou que queria fazer um filme sobre policiais suecos e que precisava de um ARGENTINO naturalizado COLOMBIANO para o papel, e a escolha natural era HERBERTS GONZALES, um PERUANO da BOLÍVIA que havia morado 2 dias na Suécia com uma SUÉQUIA. Mas foram dois dias bem longos.

GONZALES, com Afro Cuban All Stars tocando ao fundo, titubeou, como todo herói no início de sua jornada:

- Mas qualé o cachê, ô BABENCO?
- Olha, dinheiro dinheiro não tem, mas tu pode comer quem tu quiser.
- Não é muito interessante, eu já como quem eu quiser.
- Eu já mencionei que as externas serão filmadas na Suécia?
- Onde eu assino?
- Mas olha só, antes preciso te dizer, tem o teu parceiro.
- Eu não sou gay.
- Não, eu sei. Eu tô falando do personagem.
- Ah, claro, todo TIRA tem um parceiro.
- Pois é, tem o teu parceiro.
- E o que tem o meu parceiro?
- Ele é siamês, ligado no irmão pelo braço.
- Porra, mas que diabos de personagem é esse que é um TIRA SIAMÊS? Os TIRAS agem em duplas, não em trios.
- Não, não é o personagem, é o ator. Ele é siamês.
- Hm. Então vai ser um trio de policiais mesmo?
- Não, o caso é que ele não é bem siamês. Na real ele é um esquizofrênico que acha que tem um irmão siamês, mas na verdade é um fantoche que ele usa no braço.
- Hm.
- Algum problema pra ti?
- Eu vou poder comer quem eu quiser mesmo lá na Suécia?
- Aham.
- Onde eu assino mesmo?

xx-xx-xx

Enquanto HERBERTS GONZALES se refestelava com a iminente possibilidade de comer SUÉQUIAS da SUÉCIA, seu irmão e parceria kid, JOHNNY BIGU, olhava uma TELA onde lhe eram apresentadas as façanhas de CHARLES BRONSON. BIGU pensava com seus botões “não seria muito legal fazer um remake de um filme do CHARLES BRONSON em animação estilo CHARLIE BROWN?”

xx-xx-xx

Enquanto GONZALES se dava bem e BIGU sonhava com a 7a arte, CARLITO MARÓN unia o melhor dos dois mundos e SONHAVA em SE DAR BEM com uma pequena DARLENE que lhe tirava o sono, ao menos nos cinco minutos posteriores a sua visão.

- E aí, pequena, vamos dar aquele TIRAMBAÇO no CARRETEL?
- Só se rolar um ILÍCITO antes.
- EU NÃO FAÇO FIO TERRA, PORRA!
- Não, não é isso.
- Não curto também a MERDOFAGIA.
- Não, só quero um pozinho pra corrigir as imperfeições do nariz.
- Ah.
- Pega lá?
- Ah, ok.

Saiu CARLITO em busca de uma bucha para dar uma embuchada na DARLENE. Como queria logo partir pros finalmentes, foi no primeiro centro de entretenimento adulto que tinha notícias, lá pelas bandas do ESPORTE CLUBE MARROCOS. Empreendeu rápida negociação com os empreendedores noturnos. Foi andando até o carro, pensando já no que faria, quando de repente um sujeito vestido de HUNTER THOMPSON [rip], camisa floreada, chapéu de pescador e óculos AMBERVISION cor de CARAMELO, interpelou-lhe puxando o colóquio:

- Hey, Fredo!
- Ahm?
- Tu não é o Fredo? Alfredo?
- Não, sou o Carlito.
- TÊJE PRESO, MELIANTE!
- Mas ahn ali meliante espingarda milho em espiga hagakure.
- Não tem nem a nem b, meliante, tu tá CONTRIBUINDES com o TRÁFEGO de DORGAS.
- Assim hassur melancolia espinafre.
- É melhor chamar um ADEVOGADO, porque, pelo jeito, tu vai precisar-lhe, meliante.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:42:00 PM

quarta-feira, março 09, 2005

Pró-verbo

Penso, logo desisto.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:11:00 AM

Forameta e outras rebigórnias

Ser alguém por causa de outro alguém ou ser você mesmo e ser absolutamente ninguém, qual a diferença essencial e qual é melhor ou pior? Não sei, dizem que a grama ao lado é sempre mais verde. Sorte não ser azul ou vermelha ou cinza ou BEGE, porque isso sim seria estranho.

Estou perto de Colombine metafórico. Estou longe de Xanadu (ou Xangrilá, whatever) de qualquer ponto de vista.

Dizem que um revolto baleou alguns ossipeiros. Eu sempre avisei para não irem lá, que o bar fedia e que a ceva era cara. Mas todos iam, então eu também preciso ir às vezes. Porque na maldita profissão em que ESTOU tem que ser assim.

Mas não será pra sempre.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 9:59:00 AM

terça-feira, março 08, 2005

Ensaio sobre a graforréia

ASDROBALDO FONTANOVA queria comprar um mouse óptico, coisa aparentemente inútil, já que, além de CEGO, sequer tinha um computador com entrada USB. Pra falar a verdade computador não tinha com entrada nenhuma, já que não o possuía. Nem tomada tinha, pois vivia na rua - e, mesmo se fosse o caso de ser um hippie yupie, o que não era, ele também não possuía notebook. Mas, CAOLHO DOS DOIS OLHOS que era, achou que um MOUSE ÓPTICO poderia resolver todos os seus problemas. Na real TODOS também é exagero, mas poderia resolver um dos principais: a visão dupla que não tinha.

O caso é que não se sabe ao certo como ASDROBALDO chegou a tal RESOLUÇÃO, tudo que importante é que ele estava convicto de que sua vida mudaria com um mouse óptico - e o que é a vida se não aquilo que acreditamos sê-la. Na real podes até contestardes, mas só porque tu NÃO acredita nisso, o que obviamente valida a teoria. Não a minha, mas a de alguém.

FONTANOVA então se pôs a busca desenfreada pelo mouse óptico. Como era desempregado, morador de rua e cego, a saída mais óbvia foi imediatamente tentar SUBTRAIR o milagroso item de quem o possuía. Primeiro catou um na rua, porém, em vez de mouse óptico era uma RATAZANA ENFURECIDA que lhe comeu o café da manhã. Depois acabou pegando no pau de um puto que havia lhe indicado matreiramente seu próprio ALFARRÁBIO como se fosse o próprio mouse óptico. Quando viu que havia sido vilipendiado pelo veado, tentou meter-lhe a mão nos cornos, mas só achou uma velha senhora que, em retaliação, enfiou-lhe a mão no ÓTICO. Brasileiro que era, ASDROBALDO não desistiu do mouse óptico. Tentou ainda uma loja de informática, por onde tentou esgueirar-se pela seção de softwares em braile - porém, acabou descoberto logo após avisarem-lhe que não havia a supracitada seção e que ele botasse a máquina de capuccino no seu lugar, pois se ele era cego o resto das pessoas não eram. Contrariado, foi expulso da loja sem nem lhe oferecerem um cafezinho.

Mas que desprezo para com os ceguinhos.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 3:44:00 PM

segunda-feira, março 07, 2005

Ême te vê

Não sei qual é o FUZZ about it, mas parece ser CORO entre o público jovem-adulto-bloggueiro a reclamação de que a MTV, pretensa MUSIC television, não passa mais (ou passa em quantidade ínfima) seu principal produto: clipes de MÚSICA. Corro o risco de ser linchado em praça pública por todos meus confrades da geração oitentista, mas não só não concordo que a MTV deva passar primariamente clipes como acho que o modelo atual é o CANAL, se me permitem o trocadilho.

Por acaso a ESPN passa só jogos ou há programas ridículos que comentem os jogos?

Talvez não seja o melhor exemplo, esse da ESPN, mas com certeza faz sentido a MTV passar programas malucos para o público jovem. A TV aberta hoje em dia se destina primariamente a:

a) TIAS e AMÉLIAS
b) Americano-sub-desenvolvido-padrão

De modo que domingo, o único dia que eu vejo TV, a minha tela está sempre na MTV ou rolando um DVD esperto. Faustão? Gugu? Márcia? Fala sério. Clipes? Fala sério. Se eu quisesse VER CLIPES, ligaria o som, não a TV. Pra mim música e imagem são duas coisas que não devem se juntar NUNCA quando a música está em primeiro plano. Não faz sentido. Prefiro o Leo Madeira (disparado o melhor “VJ” (sic) da MTV) tocando o horror em entidades locais do que David Bowie ou SANDY & JUNIOR sacrificando na microfonia.

Abaixo o clipe, acima os programas bobos para jovens bobos.

Só um adendo sobre Leo Madeira: ele é o Marcos “Mion” (!?) sem puxar para o lado freak ou clown - ou simplesmente babaca.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 11:23:00 AM

sexta-feira, março 04, 2005

Sexta-feira 4

Notícia da vitória nos tribunais, namorada entre os ricos e famosos, empresa conquistando um job interessante, campanha aprovada de 1a sem modificações e pouco trabalho. Sem dúvida uma sexta-feira atípica.

Será hoje o dia?

Ou será que algo de muito ruim ainda está por vir?

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:26:00 PM

Estou no Terra e em mais uma dúzia de jornais (não sei por quê)

Sexta, 4 de março de 2005, 10h55 Atualizada às 11h21
Gaúcho é indenizado por constragimento em boate

A Justiça gaúcha condenou hoje os donos de uma boate de Porto Alegre a pagar uma indenização por danos morais. Sérgio Henrique Schüler, 22 anos, deve receber R$ 2,6 mil por ter sido acusado de um roubo acontecido dentro do estabelecimento no dia 24 de setembro de 2003.

-- -- -- --

Leia a notícia na íntegra aqui.

Leia o fato gonzo aqui.

Já recebi um convite pra participar da campanha "sou brasileiro e não desisto nunca" e outro pra participar do Ratinho.

Já os boatos que rolam é que o Bush já contatou a Spin, dizendo que a CIA está preparando um relatório secreto sobre minha relação com Bin Laden, Sadam e Xuxa.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 1:08:00 PM

quarta-feira, março 02, 2005

Carinhas

Desenhe seu retrato sem saber desenhar, basta adicionar água e ter paciência.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 2:49:00 PM

terça-feira, março 01, 2005

Entrevista com o gênio (ruim) do autor:

Bom, a "Saga do Sábio Homem-Sabiá" surgiu absolutamente do nada, num dia de tédio na agência. Por ser "do nada", é bastante simples e aceitável que não fale sobre "nada" e que seja "nada" demais. É só um monte de palavras, numa ordem (mais ou menos) ordenada. Alguns episódios são inspirados na vida real, outros na televisão real e outros ainda em, claro, "nada". Todos os episódios são inspirados no meu estado de espírito, por isso não há harmonia de linguagem nem entre os próprios capítulos (muitas vezes escritos entre um trabalho e outro). Revisão não há e, como eu odeio fazer, enquanto eu precisar ser o revisor - não farei.

Não sei nem quem é o Sábio Homem-Sabiá ou o barbudo south park com um corte na testa que sempre coloco. Tetra, Gama, Ton, Esparakatupiba e Ékekékêtápunkê eram só palavras soltas, como um mantra. Só depois decidi transformá-los em personagem - que na verdade são apenas um só, dividido pelo lado masculino e o feminino, se tu notar bem.

Fora isso, eu curti colocar na ordem cronológica e juntos para fazer sentido (pra mim, já que a maioria não vai ler tuuuudo isso mesmo). Então, se alguém, além de mim, for ler, tá tudo aí embaixo:

10 capítulos da Saga do Sábio Homem-Sabiá, incluindo o eletrizante e inédito desfecho final da finaleira láááá embaixo.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 1:44:00 PM

Assim disse o Sábio Homem-Sabiá (saga completa, incluindo o inédito e último 10o capítulo):

De barro a gelo derretido, passando por explosões cósmicas e cantorias em tavernas celestiais, já rolou de tudo. Então, por que eu não posso ter minha própria versão da criação da Terra e quiçá do Universo?



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

No início porra nenhuma existia, a não ser um vaso sanitário gigante, usado por gigantes. Na real era O gigante, pois não era um banheiro público, era o banheiro da casa d´Ele - e Ele dificilmente recebia visitas, ainda mais no banheiro, afinal, tu sabe quanto fede um bosta gigantesca? Não queira saber. Chamava-se Bunda, mas era conhecido por outros 1000 nomes, como era de costume dos gigantes.

Era tudo escuridão neste início. Quando Ele abriu a tampa do vaso sanitário, fez-se a luz. E Ele viu que aquilo era bom. Refletiu sobre a eterna luz e, considerando a conta da CEEE, decidiu recriar a noite - porém intercalando com o dia. Assim, abria e fechava a privada que, enquanto aberta era inundada pela luz do banheiro (e por outras coisas mais indigestas) e, enquanto fechava, morria em silêncio e nada havia lá a não ser o lado escuro da força.

Bunda percebeu que, agora que tinha dia e noite, parecia que faltava algo naquela água. Pensou, refletiu, pensou mais ainda e, como não era do feitio dos gigantes esse tipo de atitude, sentiu uma imensa fisgada na barriga, precedida por um estrondo que soava como “próóóóóó” (que posteriormente seria chamado como “O Canto da Criação Ali no Canto”). Era chegada a hora de povoar o novo universo.

Sentou-se com as calças arriadas e não passou nem 7 dias se espremendo.

Quando levantou-se, Bunda percebera que havia algo se mexendo e se modificando. Seu cocô havia ganhado vida. Bunda viu que isso era bom e começou a cutucar com um palito de sorvete sua bosta, que logo moldo-se numa perfeita ilha. Contente com sua criação, Ele decidiu chamar aquilo de Merda-Tédia. Mas aí mudou o nome, sem nenhum motivo especial (os deuses se dão ao luxo disso), para Terra-Média, e viu que isso era bom.

- Falta algo aqui - pensava Bunda, quando de repente viu que não podia haver terra que não fosse habitada. Foi aí que baixou a braguilha e mandou ver num xixi esperto. Cada gota de Sua Santa Urina que respingava dava origem a um animal, mineral ou vegetal. Porém, Bunda notou que os animais moviam-se brevemente e logo expiravam, caindo mortos em sua Terra-Média. Intrigado com o acontecido, Ele cortou a urina, dando aquela dorzinha fodida, e refletiu porque sua criação movia-se por tão pouco tempo. Chegou mais perto para observá-la e sentiu um fedor grotesco. Foi aí que teve uma brilhante conclusão: suas criaturas estavam morrendo sufocadas.

Foi até o armário do banheiro e pegou um intacto Pato Purific de coloração azul. Abriu o pacote e encaixou na beirada do vaso sanitário. Abriu novamente a braguilha e mandou ver no resto do seu xixizinho esperto. Desta vez as criaturas que surgiam não mais morriam. Bunda viu que aquilo era bom e chamou o efeito do Pato Purific azul de Efeito Axe. Mas aí, como é de costume dos deuses, achou o nome muito ruim e decidiu chamar apenas de Atmosfera aquilo que dava oxigênio à sua criação. E aí sim viu que aquilo era bom.

Bunda ficou admirado com sua criação e passou a observá-la por longo tempo. Assim, todos viviam em harmonia, tanto plantas, como animais e até as pedras não brigavam umas com as outras. Ele viu que aquilo era bom.

Foi aí que tocou a campanha da casa d´Ele.

Por motivos que não cabe aqui mencionar, todo gigante deveria abrir sua própria porta, nunca deixando esta tarefa a seus serviçais. Então Ele gritou, ainda no banheiro: - Kitonius, venha cá me ajudar!

Kitonius, que era um matreiro capoeirista, chegou no banheiro dando piruetas acrobáticas, encerrando com um duplo twist escarpado só para agradar seu mestre, e perguntou:

- Sim, mestre?

- Eu vou ter que atender a porta, você como serviçal que é deve ajudar-me em minha tarefa. A cada 24 segundos você deve abrir a tampa do vaso, caso ela esteja fechada, e,depois destes 24 segundos, você aguardará mais 24 destes e fechará a tampa do vaso, esperando novamente 24 segundos para novamente abrir a tampa do vaso e assim ad infinitum até o Ragnarok.

- O que é Ragnarok, mestre?

- É o nome que eu dei ao fim dos tempos, quando puxarei a descarga e todos serão julgados culpados, indo para as profundezas do esgoto, a terra dos dejetos mortos. - falou por último Bunda, virando-se e indo até a sala atender a porta.

Kironius, que era um capoeirista muito matreiro, observou a criação de seu mestre e sentiu inveja. Olhou pela porta do banheiro e percebeu que quem chegará era Jeovoh, avô de Bunda, e que certamente ficaria muito tempo conversando com seu mestre. Tempo suficiente para que Kitonius pudesse, maleficamente, imprimir seu caráter à criação de Bunda.

Enquanto era dia na Terra-Média, Kitonius abriu sua braguilha para criar ele mesmo algumas coisas. Porém, como havia recém ido no fundo à direita, não tinha sequer uma gota do líquido da criação. Kitonius ficou irritado e começou a praguejar, cravando as unhas em seu próprio corpo, até que arrancou um pedaço da sua pele. A pele caiu na Terra-Média e formou a primeira criatura que andava em dois pés. Kitonius olhou aquela bela forma e, invejosamente, achou aquilo bem melhor do que tinha feito até ali Bunda. Chamou aquela beleza de “ornitorrinco”, mas aí, como é de costume dos deuses, decidiu mudar o nome para “mulher”. Kitonius viu que aquilo era boa.

Continuou observando a mais bela criação da Terra-Média e viu que ela trabalhava realmente duro para fazer um colar de pérolas (sem muito sucesso é verdade). Foi aí que Kitonius deu uma escarrada ao lado da primeira mulher. No início ela achou aquilo muito nojento, mas logo Kitonius cochichou no ouvido dela que aquele era o cuspe da criação e que ela poderia fazer o que quisesse com ele.

Kitonius continuou olhando, tomando cuidado para deixar seus olhos na bordinha do vaso para que a mulher não visse que ele a observava. A mulher começou a remexer o cuspe da criação, primeiro moldando um casaco de pele, mas antes de completar seu trabalho, ela pareceu parar por um instante e refletir. Ela desmanchou o caso de pele e formou algo parecido com ela, ainda que bem mais tosco. Ela chamou sua criação de “bekenbauer” e, como é de costume das mulheres, deu a sua criação 54 nomes diferentes, 6048 apelidos e 99 nomes de coisas que já existiam.

Ainda indecisa quanto a como nomear aquela criatura, a mulher sentiu uma pedrada na cabeça. Quando foi xingar o filho da puta que tinha tocado-lhe a pedra, percebeu que havia um papel enrolado. Sabe-se lá como, ela conseguiu ler o papel, que dizia: “chame esta sua criação de ´homem´”. Mal sabia ela que aquela mensagem provinha do próprio Kitonius, que se ria baixinho na beirada do vaso.

A mulher viu que aquilo era bom (e não estava falando do nome da criatura). Percebendo, porém, que o homem também curtia o vai-e-vem, ela, mais matreira que era por descender diretamente de Kitonius, disse ao homem que só forneceria o brododó se ele trabalhasse e a sustentasse. O homem perguntou o que era isso? E ela disse que ele teria de caçar e confeccionar colares de pérola para ela.

No início ele não aceitou, mas aí a mulher inventou o boquete e ele foi correndo catar pérolas.


Assim continuou o Sábio Homem-Sabiá:

Assim como Super Mario Bros. com a manha do “continue” eterno, Ele voltará.



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Enquanto o malévolo Kitonius tomava conta da Terra-Média em pleno vaso de seu mestre, Bunda, que jazia sentado com seu avô, Jeovoh, na sala, o mundo vasístico foi mudando. Dando prosseguimento ao “seu” mundo, Kitonius em sua inveja já pensava ser o próprio criador, vendo que sua maior criação, a mulher, vivia coberta de peles e outros adereços, tornando o homem um puta preguiçoso, decidiu criar as estações do ano, começando pelo verão.

Pegou a estufa que tava na beira do box do chuveiro de Bunda e ligou na potência máxima. A mulher relutou um pouco, mas em breve retirou seu pesado casaco de pele e deixara a mostra todo seu talento. O homem, que havia convertido-se em sedentário, imediatamente retomou seu trabalho, lembrando das recompensas que viriam após cada colar de pérolas.

Porém, com o calor, o homem e a mulher sentiram uma coisa estranha, o qual ambos concordaram em denominar de “baianisse”, os dois largaram todos seus afazeres e começaram a organizar uma grande festa, batizada de “varnacal”. Espantado com a conduta imprópria de sua criação, ainda que totalmente, maravilhado, Kitonius decidiu fazer uma de suas improvisadas aparições para corrigir o lance. Chamou no fundo da garganta um “ham-ham” e disse:

- Eu não desejo que este varcanal ocorra.
- Por quê, ó honorável que não se pode dizer o nome? - Respondeu a questionadora mulher, matreira como seu criador.
- Porque é pecado. Se forem fazer isso, minha fúria caíra sobre ambos. Nada de varcanal.

Ambos concordaram e juraram por Ele que não fariam nenhum varcanal.

Mas a mulher era matreira, ainda que não capoeirista, e continuou os preparativos para a festa. O homem, com medo do deus, perguntou:

- Não ouviste aquele que não se pode dizer o nome falar que não vai ter festa?
- Não.
- Como não?
- Não. - Disse a mulher com aquela voz e com aquelas carícias que deixou o homem em posição de sentido.

Preocupado em não ter sua recompensa, o homem pela segunda vez pensou com a cabeça de baixo e acatou a decisão. Afinal, era melhor não ter um deus do que não ter uma mulher.

Continuaram os preparativos. Fizeram caipirinha, uma tentativa de vinho e muita tequila. Então enviaram convites para todos os animais, flores, pedras e tudo o mais que havia na Terra-Média. Todos compareceram, a exceção da couve-flor, que como era indecisa pra caralho, não sabia se era legume ou flor e não soube decidir o que vestir.

Dançaram, sacudiram e acasalaram, tudo isso durante a noite, quando raiou os primeiros raios da lâmpada do banheiro, ouviram uma voz gutural vindo de todos os lados gritando:

- Como ousaram dar prosseguimento ao varnacal sem minha autorização, malditos mortais?

Houve um silêncio que ninguém ouviu, então a mulher, a mais matreira de todas, disse calmamente:

- Ó aquele que não se pode dizer o nome, não fizemos e nunca faremos o varnacal.
- Como ousas me enganar, mulher? Achas que não ouvi a cantoria, mesmo à noite com a tampa do vaso encerrada? - furioso, Kitonius disse.
- Cantamos, bebemos e fornicamos sim, ó aquele que não se pode dizer o nome, mas o nome desta festa é carnaval, não varnacal. - respondeu a mulher, em tom cínico.

Diante destas palavras Kitonius tremeu nas bases, engoliu em seco, refletiu e mandou em forma de um rap bem pegado:

- Mulher, não pensais que podes enganardes-me e fazerdes-me de tolo. Mudastes apenas o nome da maldita festa. Não esqueçais que sou eu o criador de tudo e de todos, por esta tentativa de burlar a lei divina, mandarei todos vocês ao abismo profundo de Esgotium, a terra dos desejtos mortos!


O homem, apavorado, ainda argumentou:

- Será que rola um tempinho pra um último boquetinho?

Não houve resposta, então houve um eclipse e a escuridão, que parecia eterna, tomou conta da Terra-Média e todos os animais, pedras, vegetais, além do homem e da mulher se abraçaram, esperando o Ragnarok, o juízo final. Logo um tremor de terra começou a abalar a Terra-Média, tudo se movia e todos estavam apavorados, alguns gritos e uivos, que pareciam vir do além, eram ouvidos.

Mas nada aconteceu, a escuridão durou 1 mês da Terra-Média, quando a tampa se abriu novamente e a festa pode continuar normalmente. Mal sabem os habitantes da Terra-Média que haviam sido salvos por este acontecimento:

Enquanto Kitonius botava a mão na cordinha da descarga para acionar o Ragnarok, uma voz brava gritou ao fundo:

- Kitonius, que diabo está conversando com minha criação, serviçal do demônio?!

Era Bunda, o verdadeiro criador, que adentrara o banheiro e já se botou em posição de ataque. Kitonius, matreiro capoeirista, começou a piruetar pra lá e pra cá, fugindo das investidas de Bunda, enquanto caminhava pelas paredes e pelo teto do banheiro. Passou-se 12 horas e nenhum dos dois havia conseguido encaixar um único golpe, quando Kitonius, através de uma artinha que envolviam espelhos, um limão, 4 caixas de papellão e um barril de rum escrito “Tortuga”, acertou uma voadora na canela de Bunda, que descreveu um quase círculo no ar, caindo estatelado de nariz no azulejo do banheiro.

- Venci. - Disse o triunfante Kitonius.
- O caralho, você deixou esse lance de deus subir sua cabeça, tá demitido. - disse Bunda.

Kitonius foi embora chorando, Bunda havia vencido o mal, mas ainda não sabia o que Kitonius havia feito com sua criação, ainda que Ele temesse o pior.

Abriu o vaso sanitário rapidamente e constatou que todos estavam abraçados, cantando uma canção cujo refrão era “we are the world”. Bunda viu que aquilo era bom e deixou as duas criaturinhas que Kitonius criara continuarem vivendo em seu mundo. Como era felizes, por Ele.



O Sábio Homem-Sabiá continuou seu sermão ainda:

Por aí não, Kid, é mais pra baixo.



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

E então o homem inventou o futebol, mas sentia-se frustrado porque seu atacante, a pedra (que na verdade chamava-se Feldspato), havia abandonado o esporte para praticar uma modalidade de mergulho - pois sentia-se impelida a conhecer a entrada do abismo de Esgotum, a terra dos dejetos mortos. Feldspato era na verdade o melhor atacante, já que era capaz de arremessar-se contra o goleiro nocauteando-o. Frustrado, o homem começou a resmungar com a mulher, que soube prontamente cessar com a falação da boca do homem com a utilização da sua própria boca para a felação.

5 minutos depois do serviço da mulher, o homem continuou frustrado e foi dar uma banda pela Terra-Média. Refletia principalmente sobre a formação tática do futebol e como arranjaria seu time sem Feldspato, quando teve uma boa idéia: que tal se todos que jogassem tivessem pernas e fossem bípedes?

Dotado de resolução e muito tempo livre, o homem procurou pelos 5 cantos da Terra-Média pelos melhores jogadores de futebol. Primeiro tentou os chimpanzés, mas eles nunca obedeciam as regras e estavam sempre pensando em bananas. Depois tentou as zebras, ainda que vencesse sempre os times mais fortes (onde cunhou-se a expressão “deu zebra”), também sempre perdia para os mais fracos e foram dispensadas. Tentou também com as cobras, mesmo que não tivessem pés, mas elas jogavam rasteiro demais e na hora do cruzamento (o forte do time do homem) nunca alcançavam a bola. Tentou ainda tartarugas (por sua lentidão não favoreciam o contra-ataque), elefantes (jogo muito pesado), cabras (viviam cagando no gramado), ornitorrincos (sem comentários), cegonhas (eram todas umas marrecas), pulgas (deixava a torcida com a pulga atrás da orelha quanto à qualidade do time), ovelhas (tinham medo dos uniformes feitos com 100% de algodão), coelhos (comiam o gramado), touros (as mães deles eram todas umas vacas e não deixavam eles jogar), papagaios (reclamavam demais com o juiz e eram expulsos), leões-marinhos (tavam sempre pedindo água), pingüins (só jogavam no inverno), avestruzes (comiam a bola - no mal sentido, diga-se) e toda sorte de animal com patas. Mas nada funcionou.

Enquanto isso Bunda olhava a peregrinação diária do homem atrás de seu time e viu que, apesar de descender de Kitonius, o homem tinha algo de bom: era divertido ver sua frágil mongolice. Então Bunda, em Sua imensa sabedoria, falou ao homem:

- Homem, diga para a mulher parar de tomar anticoncepcionais e verás que seu time logo estará completo.
- Mas como? - Perguntou o homem.
- Verás. - Completou o enigmático Deus.

Assim o homem conversou com a mulher e em breve já tinha 10 filhos, o suficiente para completar seu time de futebol. Porém, com mais 10 bocas pra alimentar, não sobrou tempo pra jogar futebol. E, pior ainda, a mulher estava toda renga depois de ter os 10 pimpolhos.

Bunda riu-se da criação de Kitonius.



Não calou-se o Sábio Homem-Sabiá:

O universo é um enorme joão-bobo: depois de ir, é hora de voltar.



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Bunda observara sua criação por tempo suficiente para ficar entediado, o que o fez refletir seriamente sobre a chegada do tempo do Ragnarok. Porém, aí teve uma idéia muito melhor, divertir-se com sua pequena Terra-Média. Primeiro deu umas cutucadas no continente com uma varinha para que sentissem tremores de terra os habitantes de seu pequeno mundo. Bunda viu que aquilo não era bom.

Mas em compensação era divertido pra caralho.

Então começou a lançar umas pedras de gelo, que se transformaram em verdadeiros icebergs e, quando inevitavelmente degelaram, fizeram o nível da água sanitária subir. Como Bunda era um gigante bondoso em seu papel de deus, logo retirou o excesso da água com uma caneca, o que ficou conhecido como ODQUACAMUSU - ou O Dia que as Cachoeiras do Mundo Subiram.

Já havia passado bom tempo na Terra-Média, a mulher e o homem já tinham tido 632 filhos e igual quantia de filhas, sem contar um par de gêmeos que desequilibrara a balança e foram, obviamente, sacrificados em homenagem a Bunda, o piedoso Deus que os salvou do Ragnarok de Kitonius.

Muitos dos irmãos haviam casado entre si e tido mais filhos, que ainda eram pequenos, e outros ainda tinham aderido ao hábito da bissexualidade - além de três ou quatro terem se dedicado, ainda que secretamente, aos complexos complexo de Édipo e de Electra. Bunda achava aquilo uma verdade animália, mas deixava prosseguir. Primeiro porque era engraçado, segundo que eram, de toda forma, criações imperfeitas de Kitonius.

Então chegou o dia em que finalmente a empregada de Bunda, uma giganta caolha e com um bigode de dar inveja a qualquer jamaicano criado no México, queria limpar o banheiro. Bunda deu-lhe ordem expressa de não tocar na privada (cabe ressaltar que, a essa altura, para não se cansar, Bunda havia desenvolvido um mecanismo eletrônico com 32 amarras, 56 velas e 11 roldanas que abriam e fechavam a tampa do vaso sanitário a cada 24 segundos, podendo abandonar durante breves períodos a Terra-Média sem causar estranhas alterações no tempo do dia e da noite de sua criação). A empregada caolha assentiu, prometendo que não tocaria no vaso sanitário de Bunda - o que em dias habituais diria graças a Deus, já que, como já mencionado, tu sabe como fede uma merda gigantesca represada por semanas em água parada?

Porém, logo que Bunda deixou o recinto - não sem antes lavar as mãos - e a empregada foi até o vaso, observou-o e sorriu de uma maneira matreira. Bunda não havia percebido, mas a empregada era na verdade o capoeirista Kitonius disfarçado, que, em sua imensa ganância e ciúme de seu antigo mestre, queria tomar conta da Terra-Média para si e ser ele venerado como deus.

Kitonius surpreendeu-se com a expansão dos seus descendentes diretos e riu-se, o homem e a mulher já eram dominantes na Terra-Média em número e em área. Kitonius não previra isso, mas, em sua imperfeição de deus secundário, havia calculado mal o tempo de vida e a quantidade de inteligência dos humanos, tornando-os quase uma praga sobre a Terra-Média. Kitonius havia dado muito de si mesmo para criar a primeira mulher, sendo que esta era praticamente uma semi-deusa - que diluiu seu sangue entre seus mais de 1000 descendentes, fora o molde do homem com material fornecido por Kitonius como presente.

Kitonius observou que a primeira organização hierárquica havia surgido: a primeira mulher, já em idade bastante avançada, ostentava um colar de pérolas de comando e era chamada de Prioresa, a primeira dentre as primeiras rainhas, que comandavam o céu, a terra, o ar e a água da Terra-Média - ou assim os humanos pensavam.

O matreiro capoeirista aproximou-se da Prioresa e cumprimentou-a:

- Muito bem, mulher, tem exercido minha representação muito bem sobre a terra maldita criado pelo maldito Bunda.
- Cai fora.
- Como ousa, mulher, falar assim com seu criador e senhor?
- Ninguém manda em mim, eu sou feminista, seu puto.

Desconcertado, Kitonius entendeu que sua criação o desprezara - e por isso teria de, inevitavelmente, pagar.

Como bom homem-gigante com o ego do tamanho de um deus ferido, fez a única coisa que a razão poderia considerar sensata: ficou bravo pra caralho, deu socos na parede, cabeçadas no teto e mordidas na própria testa. Quando olhou-se no espelho do banheiro, viu que sangrava e teve a idéia de espirrar seu sangue no vaso sanitário. Como havia zangado-se sobremaneira (por ser chineleado pela mulher e por ter se quebrado todo sozinho), seu sangue concentrou-se em ira furiosa e, logo que tocou a Terra-Média, deu origem a criaturas muito diversas da beldade da primeira mulher.

Surgiram criaturas bípedes rudimentares, mais feias ainda que o homem, cobertas de berrugas, cravos, espinhas, celulites, estrias, queimaduras, chifres e que gruninham muito e brigavam entre si - uma espécie de homem com TPM profunda e constante. As criaturas, com o sangue irado que tinham, só sabiam fazer uma coisa: quebrar tudo, comer pra caralho e cantar sem afinação.

Logo o castelo da Prioresa estava em chamas, enquanto ela era estuprada por não um, nem dois, mas três das criaturas recém formadas - a quem a Prioresa nomeou Sândalos do Oeste (e estes ficaram ainda mais bravos com o nome de maricas que ela havia lhes dado e quebraram tudo mais ainda, até que ela decidiu chamá-los simplesmente de Orcs, pois era a única coisa que ela conseguia gemer na dor do triplo-estupro simultâneo). E eles gostaram do nome, deixando por tanto a Prioresa em relativa paz.

O homem então, vendo sua mulher favorita (afinal era única e era uma Prioresa) subjugada, juntou sua imensa família, que formava uma imensa patuléia, e se retirou no leste selvagem e inexplorado e ali formou o primeiro reino do homem, ainda que triste sem sua mulher.

Os orcs passaram a dominar as terras do Priorado da Mulher, ainda que sem motivo aparente, aprisionando-a numa cela escura e fria, que havia no castelo dela para aprisionar alguma coisa que não cabe aqui mencionar neste momento. Com o domínio do Priorado, logo os orcs passaram a atormentar as outras raças, cortando árvores, matando animais e pichando muros - tudo isso movidos apenas pela raiva que inundava seu sangue.

Kitonius, debruçado sobre o vaso, virou-se rapidamente, assustado, após sentir que alguém tirara-lhe o mel por de trás.

- Kitonius, seu maldito, disfarçado como minha empregada, demito-o novamente. - disse o recém chegado Bunda.

Kitonius não protestou no momento, apenas sorriu e foi embora. Mais do que depressa Bunda ajoelhou-se sobre sua criação. Apenas uma lágrima escorreu-lhe no rosto.

E a lágrima caiu na Terra-Média.



O Sábio Homem-Sabiá assim deu seqüência a litania:

- Rumo ao oeste, jovens!



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Triste com o que Kitonius havia feito a sua Terra-Média, Bunda deixou escapar uma única lágrima que caiu no vaso sanitário, especificamente em uma ilha, até então desabitada, a nordeste do Priorado da Mulher e logo ao norte do Primeiro Reino do Homem. A lágrima, impregnada de tristeza, piedade, consternação e, acima de tudo, amor, formou cinco criaturas muito parecidas com a primeira feita por Kitonius, porém, mais magras, altas e serenas. Na verdade, a maior diferença encontrava-se nas orelhas, pois estas criaturas tinham-nas estranhamente pontudas. Ao contrário da primeira mulher, feita pelo sub-deus Kitonius, as derivadas da lágrima de Bunda não tinham o desejo de cultivar a riqueza e a fornicação, mas sim proteger a Terra-Média com seu amor, já que este era o sentimento predominante de Bunda no momento.

Logo que levantaram-se, as cinco criaturas começaram a cantar uma linda canção, poderosa o suficiente para que a infértil e desabitada ilha em que se encontravam começasse a florir animais e nascer plantas, árvores e tudo o mais.

As criaturas então escolheram cada uma se chamar de uma forma diferenciada, pois estavam cansadas de serem chamadas de “criaturas”. O macho de longos cabelos dourados, quis chamar-se Tetra. O segundo macho, este totalmente careca a não ser por um rabo de cavalo negro que brotava acima da nuca, desejou chamar-se Gama. O terceiro e último dos machos, o que tinha a pele mais bronzeada apesar de possuir os olhos mais claros, quis receber a alcunha de Ton. Já as fêmeas, em contrapartida a simplicidade dos machos, decidiram por nomes mais complexos e cheios de significado e segredo ocultos. A ruiva de olhos igualmente vermelhos escolheu para si o nome de Esparakatupiba, que significava em sua língua “A estrela matutina da meia-noite que vem à tarde”. Já a morena com cabelo chanel (ainda que ninguém soubesse que diabos era “chanel”) preferiu Ékekéquêtápunkê, cujo significado aproximava-se de “Filha de deuses, deusinha é”.

Mesmo após escolherem seus nomes, parecia que algo lhes faltava, foi aí então que Bunda decidiu interferir, aproximou-se como pôde da pequena ilha e disse-lhes em tom grave:


- Maravilhosas criaturas, vejo que já escolherdes vossos nomes - o que é bom - porém, falta-lhes o principal para sua comuna: como sereis chamados perante os outros povos? Na Terra-Média existem os coelhos, os humanos, os orcs, os ornitorrincos, os cachorros, as ovelhas, os ursos, os sicopantas, os bifrostes, as pineclas, os urubus, etc, etc, etc, etc, etc e etc (como podem notar, há um bocado de povos chamados “etc”). Então, como vós sois as mais belas e perfeitas criaturas que eu criei e que há na Terra-Média, permitam-me a escolha de vosso nome. Eu, como vosso Deus e Criador, pelo extremo suingue que já demonstraram em sua primeira canção, nomeio vosso povo de Elvis, sendo cada um de vocês um elvi.

Não disposto a contestações, principalmente em relação ao Seu grande ídolo e rei do rock, Bunda retirou-se sem mais. E assim foi que as 5 criaturas passaram a ser chamados de Elvis, nomeando também a ilha em que viviam de Elvis das Lágrimas - onde viveram em harmonia com a natureza durante longos anos - já que eram imortais e não envelheciam fisicamente após os 25 anos.

Os Elvis dedicavam-se a várias artes além da música, como o arco e flecha e a cerâmica, e no meio tempo de uma atividade e outra, conseguiram arranjar espaço para criar uma intrincada relação social. Tetra era uma espécie de líder ou rei (que casou-se com Esparakatupiba, tendo 4 filhas), Gama era um excelente guerreiro, Ton era um imitador tão perfeito que podia se metamorfosear em qualquer coisa existente ou não (que com este truque conseguiu comer as 4 filhas de Tetra e as 44 de Ékekéquetápunkê, que eram também em parte suas próprias filhas), Esparakatupiba, além de esposa de Tetra, portanto meio que uma rainha, era uma feiticeira poderosa e Ékekéquetápunkê tinha o dom de acertar o alvo seja lá onde fosse, o que lhe conferiu 32 filhos e 44 filhas, tanto de Gama, quanto de Ton, que a disputavam em clima de amizade.

Assim viviam felizes o grande povo dos Elvis, até que Gama, que além de um excelente guerreiro era m construtor tremendo, fez um barco. Todos os Elvis foram ver a interessante criação de Gama, que levou a todos os presentes para dar um passeio. Mas Gama, apesar de bom artífice, não era lá muito bom condutor, e acabou perdendo-se no estreito Estreito de Nortel, que dividia o continente da Terra-Média com a Ilha de Elvis das Lágrimas, o que acabou levando o barco acidentalmente para o continente, desconhecido até então pelos Elvis.

No continente, como eram curiosos por natureza, decidiram explorar o local, enquanto cantavam uma de suas belas canções, um pouco antes de voltarem para o barco.

Intrigados com a bela canção que ouviram, os habitantes do Primeiro Reino dos Homens foram investigar quem eram os portadores de vozes tão belas. Logo que encontraram os Elvis, o Primeiro Rei Homem falou-lhes:

- Quem são vocês?
- Eu me chamo Tetra, líder do povo Elvis, humano. Somos criaturas superiores criados pela benevolência e amor de Bunda, o Grande.
- Acompanha-nos para uma cerveja, Tetra. - Respondeu o Homem cordialmente, não porque gostava ou reconhecia a suposta posição privilegiada dos Elvis, mas sim porque, apesar das orelhas pontudas, muitas elvis eram realmente gostosas pra caralho.

Jantando em uma mesa de 10 km2, os humanos do Primeiro Reino do Homem e os Elvis das Lágrimas discutiam e conheciam-se uns aos outros, até que finalmente o Rei falou, dirigindo-se a Tetra:

- Tetra, Líder dos Elvis, tens na tua corte umas fêmeas bem interessantes, estão elas pra game?

Após está corajosa afirmação, Gama, que além de guerreiro e artífice, era um pai ciumento, levantou seu machado de dois gumes ameaçadoramente, enquanto o resto dos súditos do Homem ergueram suas espadas em contrapartida. Eis que, um segundo antes da batalha explodir, Tetra subiu em cima da mesa e, com a mão brilhando tanto que parecia até em chamas, gritou:

- Parem! Nós os Elvis e os Humanos devemos ser irmãos, se não de sangue, de espírito. Rei Homem, sei de sua intenção para com as fêmeas de meu povo desde antes de vir aportar neste continente maldito. Minha esposa, A estrela matutina da meia-noite que vem à tarde, é uma grande feiticeira e, com seus poderes, acompanhamos ambos o seu padecimento e tristeza ao perder sua esposa, a Prioresa, que hoje jaz na mão dos terríveis Orcs do Oeste.

O Rei Homem então desatou a chorar, lembrando de sua única e querida esposa.

- Não se preocupe, Homem. Gama não sabe, mas foi a magia de minha esposa Esparakatupiba que o fez não apenas construir o barco, mas também “perder-se” da rota no passeio inaugural e vir parar aqui. Viemos ajuda-lo, Rei Homem. Viemos nós, os Elvis, formar a primeira aliança com o Primeiro Reino do Homem para destruir os malditos Orcs e recuperar a harmonia da Terra-Média.

O Rei Homem abraçou Tetra e, admirado com a sabedoria daquele povo nas questões do mundo, acreditou no discurso e imediatamente disse:

- Todo homem e toda mulher sobre meu reino capaz de pegar em armas deve agora formar suas provisões e apresentar-se amanhã pela manhã em frente ao castelo. Marcharemos junto dos Elvis quando o sol nascer rumo ao oeste, nossa antiga terra, para recuperar o que é nosso do julgo dos orcs!

E todos brindaram e gritaram e comeram e, quase todos, fornicaram.



O Sábio Homem-Sabiá, após o alpiste, prosseguiu:

Come on baby light my fire.



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Imbuídos do mais puro espírito “vamos lá, gurias!”, as hostes do Homem e dos Elvis marcharam pela primeira vez em conjunto para o oeste, então Priorado da Mulher, hoje o pusilânime e poderoso Estado Anárquico Livre dos Orcs & Outros Selvagens (EALOS), estuprador de mulheres e conquistador barato (de terras). Enquanto marchavam, cada qual com seu estandarte ao vento, conversavam entre si os soldados, enquanto os generais, como o Rei Homem e Tetra, apenas miravam o horizonte, onde uma estranha fumaça crescia no horizonte.

A medida que chegavam mais próximos do EALOS, a fumaça parecia avançar sobre as hostes do leste, cobrindo-os e abraçando-os como se fossem duas asas negras, de tal maneira que, se olhassem pra trás (ainda que, pela coragem, não o tenham feito), não veriam outra coisa que não fumaça. O chão, antes verdejante, agora era lama, pedra e bosta (que vinha de uma erupção vulcânica recente). Muitas das árvores que até então circundavam aquele caminho tinham desaparecido e o único som que se ouvia era um corvo chato, a dizer:

Gréé, gréé.

Grééé.

Grééé, grééé.

Até que houve um barulho, mais ou menos como “vush”, depois “blurum”. Pronto, o maldito corvo havia sido silenciado por um dos arqueiros dos Elvis. Agora as hostes do leste poderiam continuar avançando em paz.

De repente, uma flecha cruzou os céus e atingiu um soldado da fileira dos homens, na verdade, Moisés, o Churumelas, que caiu estatelado no chão. Ékekéquêtápunkê que, por motivos escusos e indeclaráveis, estava entre o exército dos homens, arrancou a flecha de entre os dentes de Moisés, o Churumelas, pois viu que nela havia um papel amarrado com sisal e um tope vermelho. Imediatamente ela levou a flecha para Tetra, que estava à frente do estandarte dos Elvis, que consistia em um círculo com várias cores refletidas. Tetra desatou o nó feito com sisal e um tope vermelho, abriu o papel branco e leu em voz alta, as letras de uma caligrafia muito bem trabalhada:

“Parem agora, Homens e Orelhudos, ou recairá sobre vós toda a ira d´Aquele Que Não Se Pode Dizer o Nome.

Assinado: Os Orcs do Oeste Selvagem

PS: Quem é o orelhudo de cabelos longos e loiros?”

Ao terminar o “PS", que obviamente se referia a ele, amassou o bilhete e avançou, dizendo apenas “hunf”. As hostes do homem e dos Elvis o seguiram, determinadas e destemidas. Pelo menos até avistar o que estava pela frente.

Mais alguns metros de marcha e finalmente algo começou a aparecer no horizonte, além de fogo e fumaça: era uma grande torre iluminada, sem dúvida o antigo Castelo do Priorado da Mulher, a Fortaleza Rosa, que mantinha seu esplendor magnífico, apesar da fumaça que saia do topo de suas chaminés (?). O Rei Homem se ajoelhou e gritou: “eu juro, Mulher, ei de recuperar seu Priorado da infâmia que se abateu sobre vós”. O Homem estava realmente com saudade, e 32% do exército dele sabia exatamente o porquê. Afinal, eles também estavam e iriam lutar como leões, se eles soubessem o que fossem.

Logo após do desabafo do Rei Homem, uma trombeta soou. E ao longe se podia divisar um grande exército, realmente muito grande, tão grande que podia facilmente contar com mais de um zilhão de soldados. Quando se aproximaram, obviamente confirmou-se a visão de que eram Orcs e, pra delírio da massa, estavam em muito maior número do que as hostes dos Elvis e do Homem. E, pela gritaria que faziam, pareciam decididos a não negociar.

O Homem titubeou, mas Tetra não se mixou, chamou logo de uma vez Gama para o seu lado e berrou:

- CARGA!

E assim avançaram sobre os Orcs, que, responderam aos anseios do outro exército partindo para cima do inimigo como se não houvesse amanhã. A luta já durava 32 horas, quando o Rei Homem, Tetra, Gama, Ton, Esparakatupiba e Ékekéquêtápunkê se viram circundados por no mínimo 666 inimigos ferozes, enquanto todos os outros jaziam mortos ou haviam debandado ou estavam tomando chá.

- Nos fodemos! - disse o Rei Homem.
- Não sejas torpe, Homem. Não vês que tenho tudo sob controle. - Respondeu Tetra, com ar de desdém.
- Dificilmente 6 pessoas cercadas por cem vezes o número de inimigos é uma posição desejável e sob controle. - Retrucou o descrente Rei Homem.
- Assista e aprenda, CHANGEMAN ATIVAR! - Gritou Tetra.

Ao ouvir o código que tanto esperava, Ton, este que é conhecido mais por ser metamorfo do que por seus olhos claros e cabelo moreno, metamorfoseou-se em BOMBA H e arremessou-se contra os inimigos. Um cogumelo de fumaça ergueu-se no céu, onde até Bunda pode avistar e até ficar apreensivo. Cinco dias depois, já sem poeira, Tetra, Gama, Esparakatupiba e Ékekéquêtápunkê jaziam de pé e de braços cruzados a esperar, enquanto todos os outros inimigos estavam mortos e aniquilados no chão. O Rei Homem tremia no chão e, tão logo percebeu que não havia mais fumaça, levantou-se e perguntou intrigado:

- Então esse é o mundo dos mortos?
- Não, esse é o mundo dos vivos de Bunda, a Terra-Média, o bastião da liberdade. - Respondeu Tetra.
- Mas como podemos estar vivos após semelhante explosão que fulminou todos nossos adversários?
- Essa eu posso explicar. - Respondeu rapidamente Esparakatupiba - Graças a minha magia, eu nos protegi com um campo de força.
- E Ton, nosso salvador metamorfo?

Os 4 Elvis se entreolharam e alguém soltou um “ops”.


O Sábio Homem-Sabiá sabia assobiar:

Pequenas empresas, grandes negócios.



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Ignorando totalmente os ritos funerários de Ton, afinal, seu corpo havia provavelmente virado poeira após sua derradeira metamorfose em bomba H, os únicos sobreviventes da 1a Grande Batalha, os 4 Elvis e Rei Homem, foram em frente, rumo à masmorra da Fortaleza Rosa, onde jazia prisioneira a Primeira Mulher, a Prioresa. Não foi muito difícil adentrar na masmorra, já que todos os Orcs do EALOS haviam investido seus esforços na 1a Grande Batalha, esforços estes insuficientes em face da metamorfose bombástica de Ton.

Quando finalmente chegaram ao fim da masmorra, 12 andares a baixo do nível do solo, surpreenderam-se porque ali havia uma montanha de 50 metros de ouro puro e um grande túnel que parecia levar para um subsolo ainda mais profundo. Fora isso, não havia ali sinal nenhum de mulher nenhuma, ainda que se ouvisse um tilintar intenso vindo do túnel subsolar.

De repente, como todo o repente, sem aviso algum, a porta gradeada da masmorra cerrou-se e os 4 Elvis e o Rei Homem nada fizeram que não espantar-se ao descrever um semicírculo towards the door retirando apenas os dedos dos pés do chão e ver que quem havia fechado a cela era nada mais nada menos que uma mulher. Mas não uma mulher qualquer, era A Mulher, a própria prioresa, vestida com um vestido vermelho sangue. O Rei Homem foi o primeiro a falar, muito contente:

- Meu amor, destruímos todos os Orcs graças a ajuda inestimável dos Elvis, um povo pacífico que não se mixa em matar todos os injustos. Viemos liberta-la!

- Hahahaha, tolos, acharam mesmo que eu ainda estava presa aqui por aqueles tolos Orcs do Oeste Selvagem? Eu sou a Prioresa! Eu mando nesta josta!

- Mas como conseguiu te liberar, Mulher? - Perguntou o curioso Gama.

- Não está vendo todo esse ouro? Eu comprei de volta o Priorado que havia sido conquistado pelos Orcs. Felizmente não precisarei pagar minha dívida, já que vocês os mataram todos. - Respondeu a Prioresa.

- Matreira Mulher, como afinal conseguiu todo esse ouro? Nenhuma poupança rende tanto assim, mesmo a sua, que é uma beleza. - Disse Gama, sem ter qualquer palpite sobre a origem do ouro.

A Mulher sorriu e depois disse:

- Vocês acham realmente que eu desperdicei toda a meleca da criação criando apenas este energúmeno que me deixou sozinha, fugiu e proclamou-se Rei dos Homens? Eu sou filha D´Aquele Que Não Se Pode Nomear, eu sou muito mais esperta. Eu guardei um pouco da meleca da criação aqui na masmorra, pois era o lugar mais seguro da Fortaleza Rosa.

- Você usou a meleca da criação para fazer ouro? - Perguntou o Homem.

- Claro que não, seu estúpido. Criei uma criatura feita para escavar e procurar ouro. Eu criei....

Antes de terminar a fala, uma pequena criatura humanóide, da estatura de uma criança, mas entroncada como um hipopótamo, saiu do túnel.

- ... O ANÃO com o pequeno restinho da meleca da criação que sobrou! - complementou em tom de suspense a Prioresa.


O Sábio Homem-Sabiá sempre seguiu o dokudo - mas sem essa de me dar que eu te dou:

Filho de peixe, fede a peixe: parte 1



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Gargalhou malignamente a Mulher, com Tetra, Gama, Esparakatupiba, Ékekéquêtápunkê, o Rei Homem e o Anão presos na masmorra da Fortaleza Rosa, hoje uma grande mina de ouro. Após três minutos de risadas, subitamente a Prioresa parou de rir, girou sobre seus calcanhares e, como diria um dos caras mais engraçados do Rio Grande, deu o PIRELLI.

Então, pela primeira vez, o pequeno e entroncado ser disse com uma voz de trovão:

- Hey, vocês são grandes demais pra caralho mesmo. Pelo sim ou pelo não, tem umas picaretas ali.

- Que que é o PINTOR DE RODAPÉ, vai me obrigar a CAPINAR pedra agora? - Disse, Gama, ameaçando-o com uma das picaretas.

A única reação do Anão foi se abaixar (se é que isso era necessário devido ao seu tamanho) e implorar misericórdia ao seu modo:

- Pelo amor de Bunda, por favor, não me mate! Pelo sim ou pelo não eu também sou prisioneiro.

Ao ouvir que o Anão era um fiel seguidor do verdadeiro Deus e que era um escravo da Mulher, combaliu a sua alma de guerreiro e disse:

- Quer dizer que tu também tá preso aqui?

- Pelo sim ou pelo não sim. Eu fui criado pela Mulher, não como filho, mas pelo sim ou pelo não como escravo. Desde que ela me moldou, com a reba da meleca da criação d´Aquele Que Não Se Pode Nomear, tudo que eu fiz foi cutucar pedra atrás de ouro. A Mulher diz que eu vou comprar minha saída daqui, mas ela sempre diz que falta mais ouro. Pelo sim ou pelo não acho que me fodi.

- E porque não usa essa picareta para fugir? - Disse Esparakatupiba, a feiticeira ruiva.

- Hm, pelo sim ou pelo não é uma boa idéia. Nunca tinha me ocorrido.

E então as picaretas da 2a Aliança Inter-racial começaram a soar estrondosamente, o que fez a Prioresa gostar do que ouvia, ainda que não soubesse que na verdade ninguém mais estava minerando, mas sim cavando um túnel rumo à superfície. Depois de 32 horas sem descanso, finalmente o sexteto bizarro conseguiu avistar a luz do dia. O Anão, agradecido por sua liberdade, antes de se despedir, disse apenas uma frase:

- Advirto-os que os filhos d´Aquele Que Não Se Pode Nomear são como ele.

E se foi, afastando-se até bastante rápido em comparação as suas perninhas.

Ékekéquêtápunkê olhou para Esparakatupiba e disse:

- Que diabos será que ele quis dizer?

- Quem sabe? Deve ter um cérebro proporcional ao seu tamanho. Como pode nunca pensar em usar as picaretas para fugir? - Respondeu e inquiriu Esparakatupiba.

- Isso também não importa mais. Derrotamos os Orcs do Oeste, vamos dar o fora. - completou Gama.

- Esperem, vocês nobres Elvis não vão me ajudar com a tirânica prioresa? - Disse o Rei Homem.

Todos se entreolharam, incrédulos que semelhante zarrão tivesse medo da sua mulher. Então, Tetra, em sua sabedoria, disse:

- Bom, se é necessário. Então ajudamos.

- É muito necessário! Vocês não sabem do que ela é capaz! Ela sabe todas as artes secretas do amor.

- Cimentemos então entre as pernas dela e tá feito o carreto.

- Ela tem a maldita boca de veludo!

- Tudo bem, ajudamos você, Rei Homem. Mas um conselho: não faça tanta propaganda.

- Ok.

- Certo, vamos pegá-la e destruí-la.


O Sábio Homem-Sabiá continua a tagarelar, mesmo sem motivo:

Filho de peixe, fede a peixe: parte II



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Após a liberação da 2a Aliança Inter-racial do maligno calabouço do ouro eterno, não foi nada complicado para os Elvis Tetra, Gama, Esparakatupiba e Ékekéquêtápunkê, além do Rei Homem, invadirem a Fortaleza Rosa, já que os Orcs do Oeste, como dito há uns 3 capítulos atrás de maneira insistente, foram totalmente varridos da face da Terra-Média. Quando chegaram na porta da sala do trono da Prioresa, onde por certo a própria Mulher estava, ainda esperando o ouro que supunha desenterrar, Gama disse baixinho olhando diretamente ao Rei Homem (que ficou levemente arrepiado):

- Bom, essa é a sua luta Rei Homem. A Mulher é a sua mulher, você deve enfrentá-la sozinho. Faça com ela o que quiser, mas não a deixe dominá-lo novamente.

O Rei Homem, ao contrário do que a maioria esperava, não discordou e nem tremeu de medo. Apenas abriu a porta e gritou:

- Mulher, aqui vai o seu macho. - logo após, ele fechou a porta atrás de si, plenamente confiante.

Tetra, Esparakatupiba e Ékekéquêtápunkê se entreolharam incrédulos com a confiança do encagaçado Rei Homem, apenas Gama parecia não desconfiar da vitória do Homem sobre a Prioresa. Eis então que quebrando o silêncio, a voz de trovou de Tetra perguntou:

- Por que o sorrisinho, Gama?

- Aguarde e confie.

-- -- -- --

Enquanto isso se desenrolava, lá dentro, uma cena deveras previsível: a Mulher já estava agachada, pedindo clemência ao Homem, em mais uma de suas matreiras artimanhas herdadas de Kitonius, o capoeirista. Ela sabia que sua criação, o Homem, que agora dizia-se Rei, jamais resistiria à chupadinha.de seus lábios de Primeira Mulher. O Homem, aparentemente já rendido aos prazeres, apenas sorria e a deixava seguir.

Quando a Prioresa abriu o zipper da armadura do Rei Homem, se deparou com o inesperado: ele estava usando um cinto de castidade. Ninguém sabia, mas o guerreiro-inventor-e-multi-instrumentista, Gama, havia confeccionado-lhe um protetor peniano para que não sofresse da hipnose cacetística que o tornava tão suscetível ao julgo da Mulher. Então ele disse:

- Prioresa, ou devo dizer, minha escrava, agora eu mando, eu sou o Rei. Por todos os seus crimes, irás morrer. Eu a jogarei na praia e ficarei me divertindo enquanto você afunda. Do barro você veio e como barro afundará.

- E quem vai dar pra você, seu mané? - retrucou ela, confiante.

- Gama, o bonitão da espada de dois gumes, me ensinou outras coisas, tolinha. - disse o Rei Homem, revelando-se para a pederastia passiva.

Então o Rei Homem agarrou a mulher pelos cabelos e a conduziu até as margens do mar do sul. Lá, junto com os Elvis, que apenas assistiam, jogou a mulher o mais longe que pode, com 50 toneladas de concreto atadas aos pés dela. Era o fim definitivo do Priorado da Mulher e a ascensão, talvez nem tão definitiva, do Reino do Homem.

Gama e Ékekéquêtápunkê decidiram ficar nas terras do Rei Homem, por algum motivo que ninguém sabia, a exceção de Esparakatupiba. Esta última, junto com seu marido Tetra, deicidram voltar para as longínquas terras do Nordeste, para seu merecido repousa na Ilha dos Elvis.

-- -- -- --

Bunda, o criador, lá de cima do vaso sanitário, olhava o desenrolar da sua criação, orgulhoso, porém com um peso no coração. Havia um distúrbio fedorento no vaso-Terra-Média. Certamente algo mais estava por vir.



Pela 10a e última vez (esperamos), o Sábio Homem-Sabiá falou para calar-se por todo o sempre:

Filho de peixe, fede a peixe: parte III e finaleira



.Tetra
.Gama
.Ton
.Esparakatupiba
.Ékekéquêtápunkê

Depois de muito tempo de guerras e angústias e tiranias etc, tudo era paz na Terra-Média, e Bunda viu que isto era bom, não interferindo nem para o bem nem para o mau, mas apenas mantendo o equilíbrio das coisas. No Reino do Homem, o triângulo amoroso entre o Rei Homem, Gama e Ékekéquêtápunkê era na maior parte do tempo feliz, às vezes transformando-se em um círculo vicioso e, devido ao esporádico ciúme, era um verdadeiro quadrado careta. Tudo ia bem também na Ilha dos Elvis, onde Tetra e Esparakatupiba tiveram mais uma centena de filhos e filhas para repovoar a Ilha, pois todos os habitantes dali haviam morrido na 1a Grande Batalha pela Fortaleza Rosa - a exceção de Gama e Ékekéquêtápunkê, que prefiriram ficar na Fortaleza Rosa, desta vez rebatizada de Castelo Barbie pelo recentemente afeminado Rei Homem.

Gama e o Rei Homem, em real atitude frescaraite, jogavam frescobol no litoral, justamente no spot onde a Prioresa havia sido afogada pelo seu ex-marido e ex-escravo sexual, o Rei Homem. Gama, o ativo da relação, rebateu a bolinha para o mar de propósito, para ver a bunda gorda do Rei Homem que devia buscá-la. As ondas faziam seu próprio frescobol mexendo a bolinha pra lá e pra cá, até que finalmente o Homem alcançou a bolinha e a agarrou firme. De repente ele desapareceu na água, como se tivesse sido tragado por um redemoinho. Gama o procurou por breve instantes, mas logo o Rei Homem emergiu, sorrindo e com a bolinha na mão. O Rei Homem arremessou a bolinha longe e disse.

- Pega, quando você voltar será um elvi mais feliz.

E Gama foi, porém, após capturar a bolinha, o Rei Homem já não estava mais lá. Então Gama foi procurar a insaciável Ékekéquêtápunkê.

-- -- -- --

Tetra notou que sua esposa Esparakatupiba, A estrela matutina da meia-noite que vem à tarde, estava profundamente consternada e então, como bom marido, decidiu perguntar-lhe:

- Que que eu fiz desta vez?
- Não foi você, Tetra. É que há algo estranho. - respondeu Esparakatupiba.
- O que eu preciso fazer então? - disse o sábio Tetra.
- Já disse, não é você. É o mundo! - disse Esparakatupiba.
- Quer que eu te compre alguma coisa?

Sem dizer uma palavra, Esparakatupiba retirou-se para sua sala de meditação. Tetra sabia que aquela noite provavelmente nenhum filho seria gerado e concluiu ainda com apenas mais dois pensamentos “maldita TPM” e “que horas começa mesmo o jogo?”

-- -- -- --

Após Ékekéquêtápunkê e Gama mandarem ver, ainda deitados seminus, a porta escancarou-se rapidamente. Era a maga Esparakatupiba, vestida com um manto marrom cujo capuz cobria-lhe parcialmente os olhos. Ela falava em seu tom místico mais solene:

- Gama, Gama, o tempo para a fornicação acabou. Há um distúrbio na Terra-Média. Eu previ, o Ragnarok está próximo demais e só com vossa ajuda poderemos evita-lo. Levantai-vos, Gama. Não há tempo a perder. Vos sois um grande inventor, é preciso que cries um novo barco. Porém, não um barco para a água, mas um barco capaz de navegar fogo e enxofre, um barco mais leve que uma pena, um barco que suba até os céus na morada de Bunda para que eu possa convence-lo a deixar o Ragnarok para além do amanhã.

- Se é minha irmã que pede, então começarei o projeto agora mesmo. - Respondeu Gama, levantando-se de um salto, deixando a espada balançando.

Gama trabalhou 8 dias sem parar nem para dormir ou dar umazinha, até porque nem Ékekéquêtápunkê, nem o Rei Homem o procuraram (ou sequer o viram) nesse meio tempo. Apenas Esparakatupiba permanecia ao seu lado, quase o tempo todo, mas não o tempo todo. Algumas vezes começavam pequenos diálogos, como:

- Você devia tomar um banho, está fedendo. - Dizia Gama.
- Continue o projeto, Gama. - Respondia Esparakatupiba.

Ou:

- Onde diabos está Tetra? - Dizia Gama.
- Precisou resolver outros assuntos urgentes. - Respondia Esparakatupiba.
- Mais urgentes que o Ragnarok, o dia em que todos serão culpados e tragados para o Esgotum, a terra dos dejetos mortos?
- Trabalhe, Gama.

Até que finalmente ficou pronto o que Gama batizou de “espaçobarco”. Parecia um barco comum, se não fossem por um par de asas revestidas com penas de andorinhas africanas e européias e um par de turbinas ou algo assim que liberava metano para impulsionar o “espaçobarco”. Percebendo que estava pronto o “espaçobarco”, Esparakatupiba pegou seu arco, retesando a corda enquanto apontava para a cabeça de Gama, e disse-lhe:

- Gama, seu tolo! Acabas te construir o instrumento do Raganarok. Com ele, eu irei até os céus e, fazendo o papel de deusa que sou, puxarei a corda da descarga para acionar o Ragnarok que tragará toda a Terra-Média para o Esgotum, a terra dos dejetos mortos, atual lar de meu mestre Kitonius! - e riu-se toda malignamente, como se dissesse “muahahahahahaha”.

Surpreso, Gama respondeu:

- Esparakatupiba, como pode falar assim? Nosso senhor é Bunda, o criador. Kitonius é um maldito impostor, farsante e matreiro. Ele que criou a Prioresa e os Orcs do Leste, ele criou tudo de ruim!

- Você é mais tolo que eu pensava, Gama. Eu não sou Esparakatupiba. Eu sou a Prioresa ressurgida!

- Quê? Como é possível? Eu vi você se afogando com toneladas de concretos nos pés, sua piranha!

- Eu viajei por horas pelas veias do universo até chegar a Esgotum, a terra dos dejetos mortos. Lá, meu criador, Kitonius, o matrareiro capoeirista, apenas aguardava o momento da minha chegada para me reanimar, injetando nova meleca da criação em minha matéria e me fazendo mais poderosa. Com o upgrade que ele me deu, pude assumir a forma de outras pessoas. Foi assim que matei e tomei o lugar do Rei Homem, afogando-o, como ele mesmo fez a mim, ao tentar pegar sua bolinha de frescobol no mar. E foi assim que matei Ékekéquêtápunkê, fingindo-me de você e apunhalando-a pelas costas nos dois sentidos. E é assim que matarei você, seu imbecil! Muahahahahahaha! - Terminou de dizer a Prioresa, metamorfoseando-se no que ela realmente havia se tornado, uma caricatura da beleza que possuía, totalmente costurada e cheia de cicatrizes que lembravam um mapa rodoviário cheio de intersecções ou alguém que havia pegado fogo e tinha sido apagado a tamancadas de chumbo.

De repente, não mais que de repente, uma das mãos da Mulher soltou-se e a flecha atravessou os pulmões (os dois) de Gama, que ali mesmo expirou. Ela sorriu e andou em direção ao espaçobarco, quando de repente tomou um RAPA, caiundo de queixola no arenoso solo litorário. Quando levantou-se, viu que ali estavam seus inimigos mortais, Tetra, o sábio, e a verdadeira Esparakatupiba, a feiticeira. Esta última foi a primeira a falar após o breve silêncio, apenas perturbado pela trilha sonora do Kill Bill:

- Achou então que podia vencer, seu monte de meleca do impuro Kitonius, o serviçal de Bunda?

- Não seja tola, vocês não podem me vencer. - Disse a Mulher ao entrar no espaçobarco e decolar rapidamente.

Enquanto o espaçobarco ganhava os céus e diminuía de tamanho, Esparakatupiba sentou sobre seus pés e meditou em voz alta:

- Ó Bunda, Criador de tudo e de todos, ouça Tua fiel filha, descendente do Teu puro malte escocês, rebenta das lágrimas da Tua salvação, indigna de Tua misericórdia, pastora do Teu mundo, ouve Tua serva que faz essa prece em Teu nome. Por favor, Bunda, faça com que a filha de Kitonius, Teu servo, não consiga provocar o Ragnarok.

Ao terminar seu cântico, imediatamente tudo começou a ficar escuro e veio, de repente, a noite que tudo cobre com seu breu. Como, fisicamente falando, a Terra-Média é um vaso sanitário, e a sensação de dia e noite é uma ilusão, respectivamente quando a tampa está aberta a lâmpada do banheiro ilumina e faz o dia e quando a tampa está fechada é noite, quando veio a noite por intervenção divina de Bunda, o espaçobarco alcançou sua altura máxima e bateu na tampa do vaso. Uma grande explosão foi ouvida, destruindo o espaçobarco e fazendo um buraco circular na tampa do vaso. Tetra e Esparakatupiba viram aquilo e resolveram batizar o pequeno círculo de luz que invadia a noite de Lua de Prior.

Passaram a noite inteira rezando, até que finalmente veio o dia e a Terra-Média, salva da terrível Prioresa, pode continuar vivendo até o dia em que Bunda convocaria o Ragnarok.

E assim terminou a Primeira Era da Terra-Média.

Demônio conjurado por Sergio Schuler às 1:35:00 PM


Meu inferno particular:

Assim como o CHIFRUDO COMANDANTE DA MAIOR REPARTIÇÃO PÚBLICA DOS INFERNOS, sou amado por alguns, odiado por muitos, ignorado pela maioria, sigo meu caminho entre a redação publicitária e a chinelagem. Assim como o DEMO, sou conhecido pelas mais diversas alcunhas, como Sérginho, Dark, Schüler, Henrique e outros, mas se quiser entoar o manta completo para me EVOCAR, mande ver no Sérgio Henrique Schüler.


Inferninhos:

Alexandre Soares
Brainstorm9
Cardoso
Debbie
Firpo
Hermano
Lu Prade
Maria
Marketing de Guerrilha
Moardib
Muri
Neil Gaiman
Santiago na Índia
Textorama
Tranish
Träsel
Van Damme na Índia
Vêrça
Zamin na Índia


Vá pro inferno também:

Meu fotolog
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